Os homens que calculavam
Os veteranos do jornalismo porto-alegrense se reuniram ontem, mais uma vez, em almoço na Churrascaria Santo Antônio de Porto Alegre. O encontro foi organizado por Jayme Siroysky e Carlos Bastos.
Como ninguém do grupo em torno de 35 homens e mulheres têm menos de 70 anos – os mais velhos ainda estão calculando – foi uma sequência de histórias e lembranças dos “nossos tempos”. Não será exagero dizer que todos saíram rejuvenescidos e com o coração confortado.
A maioria trabalhou em alguma plataforma da RBS, como é o meu caso. No minuto que cada um tinha para contar como tudo começou, falei sobre os longos 55 anos de jornalismo. Fiz um curto resumo da tecnologia de impressão do longínquo 1968: as enormes linotipos com mais de dois metros de altura, que pareciam máquinas de escrever gigantes.
Usava-se chumbo derretido para formar as letras, números e sinais ortográficos, que eram alinhados em caixetas do tamanho da página do jornal. Passei à impressão a frio com as várias etapas de offset, a redação informatizada (não confundir com computadorizada) na Zero Hora dos anos 1990, até a digital de hoje. A ZH foi o segundo jornal do Brasil a ter um software exclusivo para redações. O primeiro foi O Globo.
Parece que foi ontem. Mas só quem acredita nisso é alguém que já está mais para geriatria que para pediatria.
O novo que é velho
Nomes pomposos para definir profissões antigas. Começou nos anos 1990 com “oficial de transporte vertical” (ascensorista) em prédios públicos.
Depois veio o politicamente correto chato. Então quem servia cafezinho deveria ser chamado Oficial de Logística e Experimentação Gustativa De Cofea Arabica da Família Rubiacea. O cara ou mulher do cafezinho pode dar cana ou processo.
Açougueiro nem pensar, é “Consultor em Cortes e Manipulação de Carnes”. Maquinista de trem virou piloto. Já doméstica é secretária e por aí vai. Foi o embrião de todes e todax.
Onde estarão em 2024?
IARGS
O Encontro Gaúcho de Educação Financeira (EGEF), em sua 3ª edição, acontecerá no dia 25/11, no Instituto Caldeira, Navegantes, em Porto Alegre, das 13h às 17h.
Pesquisa
O Instituto Ver divulgou sua pesquisa sobre as avaliações dos governos Lula, Eduardo Leite e do prefeito da Capital, Sebastião Melo (MDB). Como teremos eleições municipais ano que vem, por enquanto Melo lidera com 31% no voto estimulado e Maria do Rosário (PT) com 24%. Convém deixar claro que nem mesmo as convenções para homologação das chapas foram feitas.
Maria do Rosário tem essa intenção de voto porque seu partido tem voto cativo em torno de 20% a 30% do eleitorado. Mas é o início do início das eleições. Que ninguém se entusiasme nem se desespere.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
