O enigma da cerveja
De alguns anos para cá, nunca a cerveja foi tão impura. A Lei da Pureza germânica foi para o saco com a disseminação de produtos coloridos e com fermentação de outros grãos. Ficou até colorida. Em Porto Alegre tem cerveja e chope de bergamota, credo em cruz Ave Maria, de vinho e sabe-se lá de quantas outras frutas.
Paralelamente começaram a surgir embalagens diferenciadas, obviamente bem mais caras. Algumas imitam até garrafas de espumantes, com rolha e tudo. E tão caras quanto. Se é para colecionar, vá lá, mas se é para beber, é sofisticação para mostrar para a plebe que ignora como ele tem dinheiro. Cerveja, hoje, é como o vinho, desperta paixões. Não a minha, porque estou de bico seco há 28 anos. Cansei das ressacas.
Sanduíche de pão
No fundo, esses produtos com embalagem sofisticada são iguais a muito sanduíche aberto vendido por aí. Tira a cenoura do topo, depois tomate, o pepino, a cebolinha, ovo de codorna, uma fatia translúcida de apresuntado de última – nem presunto é – o queijo feito de lecitina de soja e resta uma fatia grossa de pão. É o pão mais caro da praça.
Sou mais do honesto Farroupilha.