O congelamento dos baianos
Na segunda metade dos anos 1970, estava em São Paulo e precisava voltar para Porto Alegre. Era uma manhã cedo de sexta-feira, Congonhas botando gente e avião pelo ladrão. Um gentil funcionário da Transbrasil me botou no voo mais esquisito que já voei. Com baldeações, SAO-Rio-Salvador-Rio-Curitiba-
Em Salvador, embarcou um trio barulhento tocando agogô, afoxê e sei eu mais o quê. Vestiam aquelas túnicas longas de pano esvoaçante. Iriam fazer um show em Curitiba. Durante toda a viagem, fizeram um barulhão daqueles, um saco. Quando o One Eleven começou a descida para o Aeroporto Afonso Pena, o comandante avisou que a temperatura estava em 7 graus com sensação térmica de dois graus. E o trio na maior festa, nem bola.
Quando o avião parou no pátio – não havia fingers na época – eles foram os primeiros a chegar na porta. Rapaz, quando entrou aquele vento gélido e rebojou por dentro das túnicas nos baianos, eles estaquearam duros como picolé. Todos disseram a mesma coisa ao mesmo tempo.
– Ai, aiaiaiaiai meu Jesuscristinho!
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