Foi bom, mas…

22 set • NotasNenhum comentário em Foi bom, mas…

O discurso de Lula até que não foi ruim. Desta vez ele acertou em escolher um redator bom na arte de enfileirar as palavras geradas pelas teclas.

Tudo bem, tudo certo. Mas há um desassossego no ar, como cheiro de lança perfume nos velhos carnavais. As coisas simplesmente não estão às mil maravilhas como querem nos fazer crer.

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Sim, a inflação está baixando, o PIB cresceu até este trimestre, há a crença que, embora reduza o ritmo até o final do ano, ainda sobra uma gordurinha. Como se recorda, o PIB foi ignorado pelo agro e emagrecido pela indústria e serviços.

E temos o mistério do rombo fiscal: de onde o seu Fernando Haddad vai tirar os R$ 168 bilhões para fechar as contas? Eis a questão. Mas eu me refiro a outro tipo de desassossego: o constitucional.

https://cnabrasil.org.br/senar

A imprensa está pisando em ovos para criticar uma série de ações do Supremo, que tomou o lugar do Legislativo. E, para o espanto dos analistas locais e internacionais, com uma penada, um só ministro liquidou o que restava da Lava Jato.

Os bandidos viraram mocinhos e poderão até entrar com ação pedindo os bilhões que eles confessaram ser ilícitos, mas que agora querem de volta. Volta que será paga pelo pateta de sempre, o contribuinte.

Mesmo as empresas envolvidas até as amígdalas pela Lava Jato nunca, em seus mais desvairados sonhos, imaginaram que poderiam se safar. E se safar com  lucro.

O escrivão de Cabral, Pero Vaz de Caminha, escreveu “em se plantando, dá”. Mais de 500 anos depois,  podemos reescrever. É “em se plantando propinas, dá”.

Mas não há de ser nada. Estamos torcendo para que, pelo menos, a economia não nos frustre. E se a casa constitucional seguir abalando as estruturas da Casa Brasil, que pelo menos o telhado não caia na nossa cabeça. Só tem um problema: o telhado que cai obedece a Lei da Gravidade. 

O dragão voador

A Boeing prevê que a China precisará de 8.560 novos aviões comerciais até 2042, impulsionada pelo crescimento económico bem acima da média global e pela crescente procura por viagens aéreas domésticas. A frota de aviões comerciais da China mais que duplicará, para quase 9.600 jatos, nos próximos 20 anos, de acordo com o Commercial Market Outlook (CMO) da Boeing, a previsão de longo prazo da empresa para a demanda por aviões comerciais e serviços relacionados.

Com a recuperação contínua das viagens aéreas, a China será responsável por um quinto das entregas de aviões do mundo nas próximas duas décadas, de acordo com o CMO. O mercado de aviação doméstica da China também será o maior do mundo até ao final do período de previsão.

Por isso que pegamos pneumonia quando a China espirra. Estamos sob o bafo do dragão que se preparou cuidadosa e pacientemente por milênio para ser a maior e única potência do  mundo .

A China só tem um inimigo: o imponderável.  Já nos aprontou várias . Para mim, nem se fala.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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