Que rei sou eu?

17 fev • NotasNenhum comentário em Que rei sou eu?

É o que se pergunta o Rei Momo. O Carnaval, hoje, é continuação da balada por outros meios, parafraseando o Conde Bismarck – a guerra é a continuação da política por outros meios.

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A indústria do Carnaval já foi próspera, ele e a longa cadeira produtiva do evento. Desde confete, serpentina, tecidos para confecção de fantasias, às vezes caras, lança-perfumes, reco-recos, apitos e outros que tais. Quase tudo sumiu, com  exceção de alguns estados onde o Carnaval clássico sobrevive, como na Bahia.

A guerra das bexiguinhas

O clima era mágico, havia cheiro de lança no ar, como na música. Mesmo de dia, a guerra de serpentinas e confetes, com grupos de um lado e de outro na rua, eram rotina em cidades litorâneas como Tramandaí e Capão da Canoa.

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Outro ingrediente era a guerra das bexiguinhas com água, jogados na cabeça ou nas costas. Alguns sacripantas usavam camisinhas cheias de água ou outro líquido.

O oposto da folia

O interessante daqueles tempos era o carnaval dos políticos. Eles aproveitavam os quatro dias de folia para preparar projetos para o ano político depois do Carnaval, um marco regulatório do ano novo que. enfim, começa. Já a Igreja Católica estimulava os crentes a fazer retiros espirituais – em Porto Alegre, o mais famoso era na Vila Manresa. Exigia recolhimento total, orações e mais orações, sem risos nem alegria e muito menos bebida com álcool.

Para quem acreditava, pavimentava o caminho do Céu. Mesmo assim, não havia garantia. Católico está sempre devendo, desde Adão e Eva.

O carnaval do governo

Para o governo que entrava era tempo de botar ordem na casa, eis que ainda tropeçava nas próprias pernas. Deputados e senadores visitavam suas cidades de origem, as famosas bases partidárias. Então, era uma sucessão de beijinhos em crianças fora ou dentro do carnaval infantil.

Político que não beija criança no colo da mãe não vai para o céu. Até hoje não entendo. Criança não vota. Mas sempre há quem acredite que é carinho de verdade.

Assim como os carnavais de antigamente, os políticos de antigamente também deixaram saudades.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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