Desempregado sem emprego
As leis da campanha
O “ponto” é essencial para qualquer negócio lícito ou ilícito. No comércio, é comum ver placas de “vende-se o ponto”. Ninguém vende bengala em maternidade. Na política, o ponto pode ser substituído por região eleitoral ou em profissões específicas que demandam proteção ou benesses corporativas.
Parágrafo único: o candidato ou político nunca deve esquecer de se mostrar emocionado e enfatizando expressões tipo “sem vocês, este país não existiria”. Se for em dia ruim para a categoria, uma furtiva lágrima se faz necessária. Nunca choro, porque demonstra impotência para resolver o problema.
Procure a quantidade
Quando um candidato a vereador ou a deputado ensaia sua campanha, deve procurar o que no comércio se chama nicho de mercado, os que têm maior potencial numérico de votos. Ninguém faz campanha ou leis para tocadores de realejo. Se não faz no varejo, faz no atacado.
Xixi para frente
Por isso, político se esguela gritando palavras faladas ou escritas em datas como Dia dos Pais e dias específicos de determinadas profissões, como do Funcionário Público, ou aniversários de cidades. É uma técnica tão velha quanto homem fazer xixi para frente.
Parágrafo único: não adianta muito quando a profissão colimada por suas excelências também a é por outras excelências. Voto não se multiplica.
Como usar a vaidade
Essa moda é mais recente, começou a se disseminar a partir dos anos 1990. Consiste em nominar jornalistas em entrevistas coletivas ou em discursos onde eles estão presentes. Tipo sem querer querendo. O citado se acha a pessoa mais importante do mundo.
Parágrafo único: jornalista calejado não cai nessa. E atenção: nunca cite jornalista em discurso de campanha ou no horário gratuito. Dá efeito contrário e, às vezes, processo.
Recado final
Em todo e qualquer assunto que se meter, tenha sempre um bom e sólido muro ao alcance da palavra.
Humor bilíngue
Saiu por aí:
– Como é seu inglês?
– Fluente.
– Traduza “o cachorro mordeu minha perna”.
– The dog nhec nhec my gambitos.