Condenados ao remédio

2 mar • NotasNenhum comentário em Condenados ao remédio

O aumento da expectativa de vida dos brasileiros, especialmente do centro do país para baixo, deve-se parte pela prevenção, parte pela consciência alimentar, outra pelos novos medicamentos e pela consciência da necessidade de exercícios físicos, nem que sejam caminhadas. Outro dia li uma piada que não é piada que dizia o seguinte: se você tem mais de 50 anos e não toma pelo menos 5 remédios está com sérios problemas de saúde. Entendi bem.

A grande barreira

Tudo esbarra no alto custo dos medicamentos. Se você não tem sobras no final do mês, suas chances de vida mais longa diminuem na proporção da gravidade da sua bomba relógio interna.

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E os  que mais pesam são os de uso contínuo. Por isso a proliferação de farmácias, ajudada pelo mania brasileira da automedicação, uma opção que explica a resistência cada vez mais aos antibióticos.

O outro lado

É preciso considerar um outro ângulo. Precisamos tanto assim de medicamentos, em especial complexos vitamínicos medicamentos milagrosos que curam até unha encravada? Longos testemunhais na TV paga mostram esse exagero, boa parte sem autorização da Anvisa.

https://cnabrasil.org.br/senar

Em nome da cura, estão nos receitando placebos ou venenos em maior ou menor grau. Já deram tantos nomes para a Era que vivemos que não custa acrescentar mais um, a Era dos Remédios.

As próprias vacinas são contestadas desde que apareceram. Mas é uma trágica escolha de Sofia. Sem elas, só sobrevivem os mais fortes; sem elas, mortandade às mancheias, como no tempo da gripe Espanhola, e antes das pestes da Idade Média. Visto de cima, o quadro parece ser bom; visto de baixo, o inferno.

O exemplo europeu

Boa parte dos países europeus coloca freios para evitar a automedicação. Dou o exemplo da Alemanha, que eu conheço. Sem receita, só analgésicos fracos. Nos Estados Unidos o controle também é grande.

Em compensação

Analgésicos americanos mais potentes como o Percocet tem rígido controle, até porque causam dependência muito forte. Então chegamos a um momento invulgar na indústria da medicina. O que serve para aliviar dores serve para viciar.

Talvez os laboratórios tenham pensado justamente nisso quando criaram o produto. O comércio ilegal é descomunal. E para curar a dependência, é uma missa.

Socialismo à portuguesa

O governo de Portugal criou o Estatuto do Nômade Digital, permitindo que um profissional trabalhe em Portugal recebendo um salário de outro país – que tenha um salário médio maior – morando em Portugal; e isenção de impostos de pessoas que quisessem se aposentar em Portugal (o que aumentou o nível de aposentados no país que não pagavam impostos, mas que usufruíram os serviços sociais do país como um cidadão português que pagou impostos a vida toda). O atual governo é socialista. Por que não estou surpreso?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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