Ampola no braço
Quando criança, minha geração tomava as mesmas vacinas de hoje, sarampo, varíola, tuberculose e não sei que outras mais. A varíola foi erradicada, mas seu vírus está guardado a sete chaves em algum laboratório ou centro e pesquisas infecto-contagiosas, como o CDC norte-americano em Atlanta. Vai que ela volte. Precisamos do vírus para fabricar nova vacina.
A da tuberculose era oral, um líquido leitoso de sabor indefinido. As outras não eram aplicadas com agulhas de injeção. Os enfermeiros cortavam a ampola e a esfregavam a parte áspera no braço. Doía, inflamava, deixava marcas indeléveis. Hoje temos medo da agulha. Nada muda, no fim das contas.
Também tínhamos caxumba, uma tosse braba. A FAB enchia seus bimotores C-47, versão militar do DC3, e levava a gurizada a 3 mil metros de altura. O ar rarefeito do avião não-pressurizado matava o vírus. Só alguns abençoados de Canoas e Porto Alegre eram escolhidos.
Era a coqueluche que era curada, minorada com o voo em altitude. Tanto q nos aeroclubes era chamado “voo coqueluche”…