A troca

18 jan • NotasNenhum comentário em A troca

(Não se deixe enganar pelas aparências, leia até o fim pelo bem da minha reputação).

Cansei dele, cansei da sua indiferença. Cansei do seu fraco desempenho. Eu o uso e depois vejo que ele não conseguiu me satisfazer. Ele acaricia meu rosto e, por alguns instantes, penso que há até amor nesse contato físico.

Sempre gostei de ter uma relação com ele logo que acordo. Algumas vezes, era na cama mesmo, outras embaixo do chuveiro. 

Desculpem eu entrar em um terreno tão íntimo, mas preciso desabafar. No início, a nossa relação ia às mil maravilhas. Mas, aos poucos, notei um certo desgaste.

Eu não mudei, ele mudou, e para pior. Depois de meio ano, se tanto, era simplesmente como se ele não tivesse me tocado.    

Tomei uma decisão: vou deixá-lo por outro, traí-lo. Um alemão classudo está me seduzindo, então acho que vou mudar. Sempre fui fiel, nunca fui promíscuo e pensei que ele deveria levar isso em conta. Mas não.

Cheguei até a comentar com meus amigos como eu gostava dele – minhas amigas não conseguiam entender nossa relação. Enfim, ele não me ama, e isso significa o fim.   

Cansei do meu barbeador Phillips. Vou trocar por um Braun.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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