A primeira vez é para sempre

10 out • NotasNenhum comentário em A primeira vez é para sempre

A primeira vez que o estado Israel se sentiu ameaçado como estado foi em 1967, com a Guerra dos Seis Dias. Daquela vez foi Israel que começou exatamente por se sentir ameaçado como país, temendo invasão árabe. A capacidade militar subjugou o Egito em menos de uma semana. 

Antes, houve três outras guerras entre judeus e árabes, com início em 1948, ano da instalação de Israel como país, chancelado pela ONU, que estava sob comando do gaúcho Oswaldo Aranha. 

Os árabes nunca aceitaram o estado judeu. Na Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou as Colinas de Golã. Cisjordânia e, vejam só, Gaza.

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Mesmo antes, o conflito entre essas duas partes tem raízes históricas. Os defensores da paz entre ambos os lados diziam que eles eram primos, afinal de contas. Fez tanto efeito quanto a peroração do papa Francisco e até do presidente Lula, conclamando ambos os lados a baixar as armas. Inútil como fazer simpatia para parar a chuva. 

Então nós estamos falando de conflitos enraizados por dezenas ou centenas de gerações, O que para hoje recomeça amanhã. Não tem jeito.

Sim, os palestinos têm direito a um país. Mas os grupos terroristas vivem de sangue e dor. Paz lhes dá urticária.

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Naquele ano de 1967, eu cursava Jornalismo na UFRGS. Era bancário, com um posto até que me daria um futuro como gerente.

Empresários clientes do Banco da Província me acenavam com emprego nas suas empresas – tive pelo menos três propostas concretas. Recusei todas, porque nunca me senti à vontade atrás de uma escrivaninha. O resto da história todos conhecem.

A Porto Alegre de 1967 vivia a onda dos bar-chopes, na Rua da Praia a classe média ainda não fora expulsa, como aconteceu nos anos 1960. E até hoje nunca voltou e nem a rua foi a mesma, substituída por outros polos em bairros novos e pelos shoppings.

Sem ter clareza que os verdes anos começavam a chegar ao fim, tratamos de viver a vida bem vivida. O que acontecia em alhures, como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra Fria com a União Soviética, não nos afetava muito. Achávamos que isso deveria preocupar apenas os Estados Unidos.

A esquerda estudantil, furiosa como sempre, de repente se viu num dilema: apoiar os árabes ou Israel? E por um bom motivo: havia muitos judeus entre a esquerda. Mas pela doutrina marxista e ideário dos partidos como o Partidão, pró URSS e muito ativo, Israel era o vilão.

A linha chinesa do PCB criou o PCdoB e várias dissidências. Então surgiram os comunistas de bar. Comodamente sentados atrás das barricadas de chope, esgrimiram textos nunca perfeitamente entendidos de Marx,  Engels, Trotsky e Mao Tsé Tung.

Gente vermelha é outra coisa

Naqueles anos, as discussões ideológicas travadas pela esquerda tinham dois palcos. Os “revolucionários” pobres iam a bares mais baratos ou na casa de alguém em que a bebida tinha que ser trazida. Cachaça, vinho barato ou cerveja. Na melhor das hipóteses, Cuba Libre, Coca Cola com rum de última categoria.

Já os riquinhos, maior parte filhinhos de papai e donos de carros, raridade entre a estudantada, travavam as mesmas discussões em bares ou boates como o Butiquim, bebendo uísque estrangeiro. O porre era o mesmo, mas o do proletariado comuna vinha acompanhado de dor de cabeça.

Outra discussão de bar era sobre os filmes-cabeça da nouvelle vague francesa. Incompreensíveis na sua maioria, eram a versão cinematográfica do que hoje chamamos depressão. Mas que na época era “fossa”. Saía-se do cinema dizendo que o filme era uma merda, mas que o diretor era genial.

Outros tempos, mesmas discussões estéreis como as de hoje.

Da série palavras ao vento

Não acredite em promessas ou projeções do governo e seus ministérios. Ontem, por exemplo, veio a informação que a Fazenda vai arrecadar R$ 46 bilhões da dívida ativa.

Dever, no Brasil, é um bom negócio. Para fazer caixa, dão Refis, desconto, perdoam as multas, juros etc. Entrementes, os devedores aplicam o dinheiro que não é deles no mercado de capitais.

Um mau negócio

É pagar em dia. Não ganha desconto e quando ganha é merreca.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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