A feijoada do alemão (*)
Um alemão recém-chegado no Brasil tratou logo de achar um restaurante. Como não entendia lhufas de português, aguçou os ouvidos para saber o que o vizinho da mesa ao lado iria pedir.
Depois de uma olhada no cardápio, o brasileiro falou para o garçom.
– Feichoada.
Gostou muito, tanto que, no dia seguinte, repetiu a dose. E assim foi até que ele tomou um fartão. Não conseguia mais ver feijão. Pior é que ele não conseguia ouvir direito o que os vizinhos pediam que não fosse feijoada.
Foi uma agonia, até que um dia alguém pediu algo que era familiar
– Sanduíche. O la la, finalmente.
Quando chegou a vez dele, foi logo dizendo.
– Zanduích.
– Simples ou prensado?
E agora?
Sem entender nada apenas repetiu o pedido.
– Zanduich,
Depois da quarta vez o garçom se exasperou.
– Tá de gozação, né? Ou pede certo ou cai de banda.
Suando frio e com fome, o alemão não viu outra saída,
– Feichoada…
(*) contada originalmente pelo humorista José Vasconcelos.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
