A carne é forte

16 jan • NotasNenhum comentário em A carne é forte

Entre os mistérios que a vã filosofia não explica à primeira vista está o preço da carne, especialmente nos restaurantes. Em 2022, o preço do boi caiu para o pecuarista, mas subiu nos supermercados e restaurantes.

Gravidade ao contrário

Desde que sou jornalista observo essa lei da gravidade ao contrário. Então eu e meio mundo cristalizamos opinião óbvia que os intermediários ficam com a parte do leão. O varejo como bandido. Como sempre, cada elo da longa cadeia tira o seu da reta.

Explica, mas não justifica

Ora a culpa é dos frigoríficos, ora é das transportadoras e seus caminhões refrigerados. Ou é dos impostos, ou dos atacadistas, ou devido à exportação. E assim vai.

Só falta dizer que o culpado pelo preço alto é o consumidor. Mas nunca se referem à ganância. E como se pratica…

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Nós brasileiros temos preferência pela carne do traseiro do boi. Enquanto os americanos preferem carne menos nobre, como peito. Filé mignon,  picanha esses cortes não são comuns nos barbecues dos gringos. Já viu algum churrasco de peito por aqui?

Faroeste na cozinha

Seja como for, a pandemia causou uma devastação no preço dos alimentos. Fiquei um tempo sem frequentar restaurantes. Então me cai o queixo quando vejo o preço de um a la minuta. Vou em um que, há 10 meses, cobrava 100 reais e hoje cobra 200. Não se come mais uma refeição boa sem um baque na conta corrente.

https://cnabrasil.org.br/senar

As casas compensam a queda de movimento com aumento de preço. Eu poderia entender 20% desse argumento se as porções não tivessem reduções escandalosas, idem na qualidade dos produtos.

Escolha de Sofia

Essa sacanagem é observada nos supermercados. Eles compram de fornecedores exclusivos de baixa qualidade. É o que a casa oferece, ou compra ou cai de banda.

Jornalismo de interjeição

Nos tempos que correm, estamos assistindo novas formas de se fazer jornalismo, e uma delas nas emissoras de rádio é o de interjeição. Mas que barbaridade!, Mas onde vamos parar?, Alguém tem que fazer alguma coisa! E por aí vai.

A falta que ela faz

Nos jornais, sempre com as honrosas exceções, a adjetivação é o recurso mais empregado. Adjetivar, muitas vezes, é ir além do dever, mostrando claramente a posição politico-ideológica do veículo.

E também uma certa carência no estoque de palavras, o que chamo de repertório pobre. Deriva da falta de leitura e de conhecimento,  descendentes diretos da falta de curiosidade e auto-suficiência intelectual.

Peixinhos vermelhos

É nadar em aquário muito pequeno achando que é o grande tubarão branco em mar aberto. Quando, na verdade, não passa de sardinha candidata a uma conserva em lata.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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