Como surge uma editoria
Editorias de Economia hoje são onipresentes nos jornais brasileiros, mas nem sempre foi assim. Elas são coisa recente em termos históricos. Quando os militares tomaram o poder, quem mais sofreu foram as editorias de política, que ganhavam páginas e páginas. O noticiário econômico não tinha uma posição fixa nas edições, era colocado quase a esmo. Também não se acompanhava o dia a dia do câmbio, do Banco Central, da política monetária como hoje, obrigação diária. Cobria-se mais a área comercial e industrial.
Até que veio o AI-5 em 1968, que resultou em drástica diminuição de páginas de cobertura de fatos políticos. Assim como a natureza abomina o vácuo, os jornais tiveram que preencher as páginas que antes eram políticas com assuntos econômicos, e agrupados em uma posição fixa. Se você cortar muitas páginas, vai colocar os anúncios onde?
Foi aí que aumentou o número de colunistas que traduziam as pesadas informações da vida econômica. Curioso, mas compreensível, dificilmente eram jornalistas, eram técnicos que sabiam traduzir o economês. Mesmo hoje existe essa dificuldade, ainda mais para explicar política monetária e mercado de capitais como um todo, derivativos, mercado futuro etc.
Assim foi.