Sistema de aquecimento
Como repórter policial de Zero Hora, nas madrugadas gélidas da redação em 1968, então na rua 7 de Setembro, aprendi com um catador de garrafas e latas, que ficava em frente ao prédio, a receita para se manter bem aquecido: se enrolar todo em papel jornal, com exceção dos pés e cabeça. Não podia caminhar muito, porque o farfalhar do papel dava uma sensação esquisita.
Foi naquelas madrugadas de zero grau escrevendo ou fazendo a ronda nas ruas de Porto Alegre que descobri como uma múmia egípcia se sentia. Um espirro e rebentava uma folha. Mas funcionava.
Graças à imprensa escrita pude me aquecer.