Adoradores de velórios
O velório do cantor e compositor Belchior está na seção Entretenimento do site da ZH. Faz sentido. Do jeito que o brasileiro é mórbido – nós adoramos tragédias e velórios – não é de estranhar.
O velório do cantor e compositor Belchior está na seção Entretenimento do site da ZH. Faz sentido. Do jeito que o brasileiro é mórbido – nós adoramos tragédias e velórios – não é de estranhar.
Publiquei há quatro anos: Ouvi com esses ouvidos que a terra há de comer um diálogo de um reality show com bilionárias americanas no programa Kourtney & Kim Take Miami, no canal E!. Quando comentavam a gravidez inesperada de uma amiga riquinha, ele pergunta se ela levaria uma gravidez inesperada até o fim. Ela pensa um pouco e saiu o seguinte: “Acho que não. Seria muito egoísmo de minha parte”. Ô mundo lôco, seu!
Se até depoimentos sigilosos de delatores feitos entre quatro paredes sem janelas vazam, apesar de todos os cuidados, como pretender que as facções criminosas não saibam antecipadamente de investigações e ações policiais?
Se você jogar seis números na Mega Sena, a probabilidade de acerto é de pouco mais de 50 milhões; se jogar sete dezenas, a chance sobre para 7.151.980. O problema é que em vez de pagar R$ 3,50 vai ter que marchar com R$ 24,50. Então é melhor jogar 15 dezenas para ter uma chance em 10.003. O único problema é que a aposta vai custar mais de R$ 17 milhões. Então, rachamos?
A Prefeitura de Porto Alegre irá ampliar os testes para pagamento de tarifa de ônibus e lotação com cartões de crédito, débito e pré-pago. Boa, mas lembro um detalhes: apenas cerca de 18% dos passageiros pagam em dinheiro (no caso dos ônibus). O resto ou é isento ou paga com vale-transporte, que é fornecido pelo empregador.
O Rio Grande do Sul, em especial Porto Alegre, são avessos a novidades, vocês sabem. Por isso, a Capital era escolhida para testar novos produtos de consumo. Aprovou aqui e em Curitiba, aprova no resto do país. É por isso que levei, não digo um choque, mas um ”O!” de admiração quando fui ao Mercado Modelo de Salvador em 1990. Eu e um amigo baiano entramos num bar tipo pé-sujo – ele foi comprar cigarros – serragem no chão, boteco simples e simpático, desses de beber cachaça e cerveja e deu. Relanceio os olhos e o que vejo do lado do caixa?
A lista dos cartões de crédito que a casa aceitava. Todos. Inclusive o American Express, que não costuma ser aceito mesmo em algumas lojas grandes. Isso em 1990, reforço. Foi aí que entendi de vez a grande diferença entre nós e os nordestinos em geral. Eles sabem como trazer dinheiro, mesmo que não seja à vista.