Publicado por: Fernando Albrecht • 12 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas •
A minha dúvida é se o início dos quatro anos do início da Lava Jato deve ser tratados como o Ano 1 de novos tempos ou o Ano que Nunca Terminará. Porque a corrupção é a única instituição que funciona como modo perpétuo. Na melhor das hipóteses, o cenário é como esse da foto obtida ontem, pode que o toró esteja chegando, pode que o azul esteja vencendo o mau tempo.
Berço esplêndido
E nós sentados, imaginando que chegamos a algum lugar para, em seguida, termos a tristonha conclusão de que não só não chegamos como como nunca partimos. É aquela parte do Hino Nacional que incomoda.
O pão que não tem
Os partidos, quem diria, estão até aliviados pela proximidade da Copa do Mundo. Assim, não precisam tomar já decisões sobre coligações e escolha dos candidatos porque a cizânia impera no seio das siglas. E em casa que não tem pão, todos brigam e ninguém tem razão. Vem do Talmud esse precioso brocardo.
Usem a barriga, empurrem!
O verbo símbolo da política brasileira neste ano turbulento é procrastinar. Só que, neste caso, o tempo não é senhor da razão. As inseguranças internas só vão turbinar quando surgir o inevitável, a escolha fatal que nenhuma Copa do Mundo resolve. Isso se o cenário for o mais benigno ou menos ruinoso, sem fato novo institucional como a renúncia de Michel Temer, por exemplo.
Suprema ironia
Se isso acontecer, a legislação que temos para definir quem pode ser candidato, se só congressistas ou alguém de fora poderia entrar na briga. Existe uma Lei de abril de 1964, mas que deixou muitos furos. E meio furo já basta para acionar o Supremo que, por ser Supremo, periga abrir mais alguns furos na matéria. Principalmente, em caso de votação dividida.
Sala dos espelhos
Embora o STF não julgue e apenas interprete, ao contrário do que pensa o povo e muitos políticos que não passariam no Enem, a Corte é capaz de colocar o assunto numa sala de espelhos, multiplicando as imagens de forma tal que não se saberá mais qual é real e qual é a espelhada…
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