• A caipirinha

    Publicado por: • 13 jun • Publicado em: Sem categoria

    Prêmio Nobel da Paz 1970, o americano Normal Borlaug, o pai da agricultura moderna devido aos ganhos de produtividade no campo, esteve duas vezes no Rio Grande do Sul. Da primeira vez, conheceu o jornalista Robson Flores, do Correio do Povo, que ciceroneou-o em Porto Alegre. Na segunda vez, Robson estava fora e Borlaug perguntou por ele. Quando soube, o jornalista contou numa roda do Bar Pelotense que se emocionou com a lembrança do notável cientista.

    – Da primeira vez, conversamos muito e o levei a churrascarias e restaurantes, e ele sempre foi grato pela acolhida.

    Mas foi um integrante da ilustre comitiva que causou algum embaraço aos brasileiros depois de provar uma caipirinha e saber como ela era feita.

    – Vocês brasileiros são estranhos. A cachaça já vem da cana-de-açúcar, depois vocês botam ainda mais açúcar e, em seguida, socam limão para azedar tudo…

    Resposta tinha, mas, na hora, a lógica do americano era irretorquível.

     

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  • Ninguém aceita uma parcela de poder sem a condição de uma parcela de malvadeza.

    • Émile-Auguste Chartier •

  • Dúvida

    Publicado por: • 12 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A minha dúvida é se o início dos quatro anos do início da Lava Jato deve ser tratados como o Ano 1 de novos tempos ou o Ano que Nunca Terminará. Porque a corrupção é a única instituição que funciona como modo perpétuo. Na melhor das hipóteses, o cenário é como esse da foto obtida ontem, pode que o toró esteja chegando, pode que o azul esteja vencendo o mau tempo.

    Berço esplêndido

    E nós sentados, imaginando que chegamos a algum lugar para, em seguida, termos a tristonha conclusão de que não só não chegamos como como nunca partimos. É aquela parte do Hino Nacional que incomoda.

    O pão que não tem

    Os partidos, quem diria, estão até aliviados pela proximidade da Copa do Mundo. Assim, não precisam tomar já decisões sobre coligações e escolha dos candidatos porque a cizânia impera no seio das siglas. E em casa que não tem pão, todos brigam e ninguém tem razão. Vem do Talmud esse precioso brocardo.

    Usem a barriga, empurrem!

    O verbo símbolo da política brasileira neste ano turbulento é procrastinar. Só que, neste caso, o tempo não é senhor da razão. As inseguranças internas só vão turbinar quando surgir o inevitável, a escolha fatal que nenhuma Copa do Mundo resolve. Isso se o cenário for o mais benigno ou menos ruinoso, sem fato novo institucional como a renúncia de Michel Temer, por exemplo.

    Suprema ironia

    Se isso acontecer, a legislação que temos para definir quem pode ser candidato, se só congressistas ou alguém de fora poderia entrar na briga. Existe uma Lei de abril de 1964, mas que deixou muitos furos. E meio furo já basta para acionar o Supremo que, por ser Supremo, periga abrir mais alguns furos na matéria. Principalmente, em caso de votação dividida.

    Sala dos espelhos

    Embora o STF não julgue e apenas interprete, ao contrário do que pensa o povo e muitos políticos que não passariam no Enem, a Corte é capaz de colocar o assunto numa sala de espelhos, multiplicando as imagens de forma tal que não se saberá mais qual é real e qual é a espelhada…

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  • O doutor e o trânsito

    Publicado por: • 12 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Em meados de 1974, eu o jornalista Rogério Mendelski mais o falecido colega João Carlos Terlera, setorista da Assembleia Legislativa do jornal Folha da Manhã, onde todos trabalhávamos, tínhamos por hábito almoçar no restaurante da Casa do Povo, no 9º andar. Era o que se chama hoje de point. Tudo o mundo político ia lá, mandava seus representantes ou informantes. Era no tempo em que políticos contavam as novidades para os jornalistas, não o contrário como acontece hoje.

    A cerveja era servida em copos de alumínio previamente gelados, o que gelava os dedos quando se o punha nos lábios – os quais também sofriam ameaça de congelamento. Até hoje ainda acho que era algum instrumento de tortura que não deu muito certo.  Então, estávamos a molhar as ideias após o almoço, quando chegou um cidadão e pediu licença para fazer um comentário, sabendo quem éramos.

    – Sabem vocês que a Brigada Militar desencadeou uma ofensiva dura e está multando carros mal estacionados em toda a cidade?

    Sabíamos, é claro. E até saudávamos a iniciativa – na época, o policiamento de trânsito era feito pela corporação.

    – Pois então vocês acham boa a ideia? Digam-me qual é o maior problema do trânsito em todo o mundo?

    Não era uma pergunta, era uma afirmação logo ampliada.

    – E o que se faz em Porto Alegre? Multamos carros parados.

    Levantou e foi embora sem dizer adeus.

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  • Se vocês ainda pensam que greve, protesto, ocupação é brincadeira, cuidado para não ser rato que aplaude a ratoeira.

    • Lucas Afonso •