• Tribunal de Justiça

    Publicado por: • 29 jan • Publicado em: Notas

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    Jornal do Comércio

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    Palestras

    “A arte de contar histórias” e “a capacidade dos livros de mudar o mundo” são os temas centrais das palestras de Vitor Bertini. Informações podem ser obtidas em seu site ou pelo email: bertini.palestras@gmail.com.

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  • A prótese da traíra

    Publicado por: • 28 jan • Publicado em: Sem categoria

    Capataz de estância no Alegrete, seu Pacheco era grande contador de causos, e os relatava com a mais absoluta cara de pau. Certa noite chuvosa, estávamos no galpão à beira do fogo e comendo peixe de rio frito. O menu abriu seu depósito de causos.

    – O senhor sabe, há muitos anos, no tempo do Major Pedrinho, havia um açude no mato do fundo que dava muito peixe igual a esses que estamos comendo.

    Lá vem, pensei. E veio.

    – Um dia peguei o caniço, botei uma minhoca suculenta no anzol e lancei a linha. O doutor não vai acreditar, mas juro que é verdade! Na saída, peguei uma traíra de quase meio metro! E sabe da maior?

    Respirou fundo.

    – Quando tirei o anzol da boca dela, vi que ela tinha um pivô! Pivô igual ao que os dentista botam na gente. E sabe o que mais? Era de ouro! A la pucha seu, devolvi ela pro açude.

    Me engasguei.

    – E tem mais, doutor. Nem dois meis depois fui de novo ao açude, botei minhoca boa no anzol e em seguida uma traíra mordeu a isca. Quando tirei o facão pra matar a danada, ela abriu um bocão.

    – Seu Pacheco, por favor não me mate! Eu sou a dentista da outra!

    Tinha parado de chover, e nem me dei conta. Fui dormir. Sono sem pesadelos de traíra com pivô de ouro, se querem saber.

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  • Meninos, eu gravei

    Publicado por: • 28 jan • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Bem, na realidade, quem gravou a cena foi a secretária-executiva da Fundação Fernando Albrecht, Fabíola Albrecht – esse meu…me mata. A gata em questão, alcunhada de Petit Gateau, apronta como qualquer outro felino doméstico, só que em grau superlativo. As imagens dispensam maiores explicações.

    Fernando

    Tua coluna tocou-me hoje por duas razões: primeiro, aquela elegia genial para o Segundo Molar; depois, a foto da esquina da Francisco Trein com a Assis Brasil, que trouxe-me muitas lembranças.

    Talvez pelo clima funéreo do texto sobre o molar, lembrei-me que arrisquei a vida algumas vezes naquela esquina. Guri morador da Vila Floresta no final da década de 70, várias vezes fui parar no meio da Assis Brasil, tirando fininho dos Alvoradões lotados ou de algum Sogil como os da foto. O caso é que, usando algum skate emprestado, descia a lomba do Hospital Cristo Redentor, que se localiza no canto superior esquerdo da foto. Em alta velocidade naqueles skates antigos, com um terço do tamanho dos de hoje, volta e meia perdia o controle e não conseguia dobrar a esquina para chegar até a frente da Churrascaria Santa Teresa, cuja placa aparece na foto, indo parar, geralmente com um tombo, no leito da avenida.

    Outro jeito de enfrentar a morte naquele local era o insensato hábito juvenil, já mais taludinho, de abandonar a boa mesa materna para comer um “X tudo” em um trailer que ficava mais ou menos no centro superior da foto, ao lado do prédio que destacas no texto. O tal “X tudo”, com carne, bacon, ovo e outros complementos, acompanhando de uma lata de cerveja Caracu (na época só existiam latas de Caracu e Skol, do mesmo fabricante) era efetivamente um risco de vida, que só não causava vítimas fatais pela juventude dos estômagos dos comensais. 

    Mas sobrevivi e aqui estou hoje para apreciar o trabalho do amigo e, para não deixar de lado o hábito de editor, vai uma pequena correção: o Bourbon Wallig fica no lado direito da foto, onde era um enorme terreno pertencente a uma fábrica de fogões.

    Um grande abração e muito obrigado pelas lembranças de um tempo de juventude.”

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  • Tudo que é rigorosamente proibido é ligeiramente permitido.

    • Roberto Campos •

  • Os que sempre falham

    Publicado por: • 28 jan • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Tragédias como a de Brumadinho sempre nos levam a exclamar como foi possível uma coisa dessas, como é que a Vale e seus engenheiros não previram que excesso de chuvas poderia causar esse desastre. É sempre um engano achar que megaempresas têm tudo sob controle. Precisamente por isso elas não têm nada sob afora decisões estratégicas.

    O diabo mora no detalhe

    No dia a dia é comum que gigantes se estrepem. O que lhes faz falta é a figura do cuidador de detalhes, de miudezas que podem virar grandezas. Quem substitui a pilha do relógio da parede, quem olha as tomadas para ver se os fios não estão descascados. Numa microempresa o dono cuida de tudo. Numa gigante, o dono não cuida de nada.

    O diâmetro da linguiça

    No que diz respeito aos esportes, futebol à frente, jornais impressos, rádios e emissoras de televisão precisam encher linguiça quando nada de maior acontece. Os meses de verão é período de horror para os colunistas, editores e repórteres. Sem jogos, o diâmetro da linguiça é muito maior, e haja enchimento. É também nesta época que mais aparecem cavalos com chifres.

    Desobediência civil

    A frase do dia de hoje foi escolhida em função da excelente crônica do Eduardo Bueno na Zero Hora de sexta-feira passada. Em resumo, quando passou temporada na Alemanha, sua namorada alemã, a bordo de um BMW, foi chutada por um pedestre porque ela avançou não mais que 10cm da faixa de CONTENÇÃO, não é nem a faixa de segurança. Eles quis reagir, mas ela disse tinha sido erro dela, que deixasse assim.

    Então o que o ex-ministro e escritor Roberto Campos fez foi o modo brasileiro de desobediência civil. Os caras param até em cima da faixa e reclamam quando levam multa. Do ponto de vista de cidadania, esse é forma neandertal de se comportar. Remete a uma história que meu pai me contava quando visitou os pais dele na Alemanha de 1952.

    Ele alugou um carro, pegou a Autoban – ainda madrugada – para Munique e, ao passar por uma típica cidadezinha à beira da rodovia. resolveu tomar café. Pegou a alça de saída, passou por um cruzamento onde havia a placa de Pare (Alt). Dia mal começando, ninguém à vista, ele passou sem parar. Em seguida, ouviu o apito de uma guarda municipal.

    – O senhor viu a placa de Pare?

    – Sim, mas…

    – Não tergiverse. O senhor viu ou não viu?

    – Vi.

    – E o que estava escrito nela?

    – Pare

    – O senhor parou?

    – Não, mas não vinha…

    – Schluss (fim). O senhor está multado.

    Questão de preço

    É como o caso de alguém que não se corrompe por R$ 1 mil, mas que pode estudar o caso de a propina é de R$ 10 milhões. É corrupto igual, só depende do preço. Lembra um conto curto atribuído ao brilhante e sarcástico escritor e dramaturgo Bernard Shaw. Ele teria perguntado a uma formosa dama da alta sociedade se ela aceitaria dormir com ele por mil libras, uma fortuna na época.

    – Por todo esse dinheiro, sim.

    – E por 10 libras?

    – Claro que não! O que o senhor pensa o que eu sou?

    – O que a senhora é ambos sabemos. A questão agora é apenas o preço – falou Shaw.

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