Vivendo, aprendendo e desaprendendo

21 set • NotasNenhum comentário em Vivendo, aprendendo e desaprendendo

É com que nos espantamos: besteiras e feitos do público e do privado, besteiras tão grandes que remetem à definição como “sem noção” e assemelhados. No caso brasileiro, tenho convicção de que, depois da internet, uma parcela relativamente pequena da população ficou mais burra, digamos assim.

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E a Tecnologia da Informação piorou o quadro devido à facilidade de amealhar informações sem digeri-las e nem ao menos termos consciência do que venha a ser no amplo espectro. O chat GPT está piorando ainda mais. É um upgrade na condição de analfabetos funcionais, como venho insistindo aqui.

Se compararmos besteiras atuais com antigas, chegamos à conclusão que boa parte era o que chamamos hoje de sem noção. Há tempos, lembrei que o presidente Eurico Gaspar Dutra, segunda metade dos anos 1940, trocou a grande dívida que a Argentina tinha pelo café comprado e não pago.

Pois Dutra trocou toda essa dinheirama pela mansão em Buenos Aires que hoje sedia a Embaixada do Brasil. Como pode? Pode.

https://cnabrasil.org.br/senar

Aqui tenho que ter um pouco de cuidado. Sim, a compreensão de como as coisas funcionam e como funcionaram no passado da humanidade era restrita a uma pequena parcela de pessoas fora da curva, a que chamamos de gênios em sua especialidade. A massa, o povo, não tinha acesso à informação. E, se tivesse, não saberia administrá-la.

Então o povo de hoje é pelo menos menos ignorante (no sentido do saber) como em décadas, séculos e milênios passados. Há estudos que mostraram, que um general romano do tempo dos Césares tinha QI equivalente ao de um adolescente de hoje. O curioso é como uma minoria, mesmo sem os conhecimentos de hoje e usando instrumentos toscos, teve a compreensão que hoje o grosso não tem.

Com lunetas toscas, tipo feitas com fundos de garrafas, descobriram planetas e satélites do Sistema Solar. Químicos nos legaram maravilhas. Lavoisier foi um, para citar um dos meus preferidos (na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma).

Então o marechal Eurico Gaspar Dutra é produto do seu tempo. OK, um pouco pior. Aí vem um corolário: cidades europeias foram fundadas há 2, 3 mil e até mais anos. O DNA foi repassado de geração em geração.

O Brasil foi descoberto há apenas 500 anos. Suas gentes tiveram uma dose de reforço no DNA graças aos imigrantes e pelo aprimoramento cultural e científico, a partir dos anos 1800.

Então fomos cometendo erros atrozes ao longo do tempo. Pega a história do Brasil depois do fim do Império. Não conseguimos viver nem cinco anos sem algum tipo de broca institucional. Governos fracos eleitos por uma sociedade fraca ou manipulada por demagogos de todos os calibres. Tal qual a adolescência, ainda temos muito que aprender.

O homem é o único animal que cai no mesmo buraco duas vezes. Temo que o brasileiro caia três.

Grande coisa!

Depois de constatar que a Terra é um grãozinho de areia dentro de um Sistema Solar, que é outro grãozinho de areia numa galáxia oval, que é outro grãozinho de areia perto de trilhões de galáxias, usar meia que não combina com o sapato não tem nenhuma importância.

Dizem que é do Albert Einstein. Maravilha.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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