Viagens ao redor do meu celular
O relatório semanal do tempo de uso do smartphone indica que, em sete dias, fiquei 4h21min na tela sem botar o tempo que fico no tablet, que é em torno de 3h. Além disso, tem mais o computador do jornal.
O que soma uma jornada de 14 horas, posto que começo a ler e a escrever às 6h30min. E nos finais de semana, fico pelo menos outras 12 horas.
Isso é tempo perdido ou ganho? Esquartejada a equação, nem tanto ao céu nem tanto ao mar. Faz parte da minha profissão ficar ligado 24 horas por dia, e sem ver bobagens inúteis ou interessantes.
O furo é mais embaixo. Comparando com antes e depois da inernet, trabalho desde cedo termino muito tarde hoje, o dobro do tempo da máquina de escrever.
Conclusão óbvia: todos nós trabalhamos muito mais sem a respectiva remuneração. E curtimos a vida muito menos que antes da internet.
São maldades inescapáveis da vida moderna, na qual vivemos mais para o trabalho e menos para os prazeres.
Vá entender
Na Suíça, país dos relógios de precisão, os demais países europeus se queixam que os suíços sempre chegam atrasados.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
