Uma noite alucinante
Essa imagem mostra o Cine Orpheu depois Otfeu e, finalmente, Astor nos anos 1960. Situado na esquina das ruas Cristóvão Colombo e Benjamin Constant, Porto Alegre, tinha e ainda tem uma fachada caprichada.
E em 1960, vivi momentos de pavor por causa do filme Drácula, com Vincent Price e Peter Cushing, um clássico de terror. Sucedeu que eu morava com meus pais na rua Álvaro Chaves, a 6 ou 7 quadras dali. E resolvi encarar a segunda sessão, às 22h.
Éramos ingênuos na época e os efeitos especiais engatilhada. Mesmo assim, fiquei meio que borrado de medo. Pior foi a volta. Tinha caído um temporal e, assim que peguei o caminho de volta, faltou luz na região.
Para piorar, peguei uma rua secundária, vazia como ela só. Vento assobiando nas calhas, ruídos estranhos, nossa mãe! Foram os 20 minutos mais apavorantes da minha vida.
Ainda guri, via Drácula me atacando escondido atrás de todo muro ou poste até chegar em casa. Hoje, o filme – que eventualmente passa no canal TCC – faria rir um garoto de seis anos.
É para ver como mudou o comportamento nestes 62 anos. Vez por outra lembro daquela noite em que vi meu pescoço ser atacado por dois caninos enormes.