Uma lenda fluvial
A histórica procissão fluvial de Nossa Senhora dos Navegantes há muito tempo migrou para terra firme e mais recentemente para o sistema híbrido. Na época, 31 de dezembro de 1988, o naufrágio do barco Bateau Mouche, em festa semelhante no Rio de Janeiro, mudou ou terminou com a maioria das fluviais, eis que morreram dezenas de pessoas, 55 para ser exato.
Face à tragédia, que impactou todo o país, a Marinha do Brasil reforçou as medidas de segurança para passageiros e tripulação em tais eventos. Mas no caso porto-alegrense nunca chegou a proibi-la totalmente. Ficou no ar esse veto, até que um repórter furungador foi atrás na Capitania dos Portos. Nunca houve essa proibição, apenas obrigatoriedade de mais segurança.
Conto o causo como o causo foi para ilustrar como neste país uma inverdade passa a ser verdade e assim se perpetuar.
Os patinhos
Essa credulidade é um paradoxo em face de recente trabalho do Banco Mundial. A organização fez uma pesquisa sobre a desconfiança dos povos. O do Brasil é um dos mais desconfiados, inclusive comparando com outros países latinos. Nada menos de 41% dos brasileiros desconfiam de tudo e de todos, para uma média mundial de 25%. Desconfiamos dos outros. Mas, no que deveríamos duvidar de verdade, caímos como patinhos.
De volta ao cofre
Há semanas registrei o fato que as emissoras de TV voltaram a receber verbas publicitárias do governo Bolsonaro. Na realidade, nunca a fonte secou de todo. Mas, agora, a Globo voltou a ser a maior beneficiada, de acordo com sua audiência.
Essa foi outra coisa que se se espalhou sem ser verdade, que o governo federal havia fechado total a torneira. Mas há um detalhe aí. Se não secou, diminuiu barbaridade nestes dois últimos anos.
Quem faz feriado municipal amanhã são as cidades que têm rio ou mar. Lagoa grande também vale. Também tem a ver com a versão das religiões afro que cultuam Iemanjá. Curiosamente, o povo venera as duas senhoras. Nisso o Brasil é ecumênico desde criancinha.
Eu, eu mesmo
O candidato tucano à presidência João Dória está defendendo a candidatura única pela terceira via. Mas evitou dizer se abriria mão da cabeça de chapa, se for o caso. As esquerdas queriam uma federação, que é diferente legalmente da coligação, mas o cabeça é Lula, primeiro é único. Quanto à terceira via, por enquanto é braço de afogados. Salientando, por enquanto.
Pepino à vista
Um dos primeiros desafios do novo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), será acalmar os colegas. Os parlamentares estão há oito anos sem reajuste de vencimentos, situação contornada artificialmente através do aumento de indenização veicular (gastos com combustível), verba de gabinete e outros penduricalhos.
Mesmo assim…