Um país chamado Nordeste

15 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em Um país chamado Nordeste

 Cada vez que o deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM) subia à tribuna da Câmara dos Deputados, havia uma justificada curiosidade em torno do seu singular prenome. E seria maior ainda se soubessem que ele tem um irmão gêmeo chamado Pauderley. Eles nasceram em uma cidade do Sudoeste amazonense também com nome incomum, Eirunepé.

No Rio Grande do Norte, o clã político Rosado tinha todos os nomes com números em francês. Entre eles estão o governador Jerônimo Dix-Sept Rosado, o senador Jerônimo Dix-Huit Rosado e o deputado federal Jerônimo Vingt Rosado. Tudo normal, ou quase, considerando que o SAR de José Sarney vem do inglês “Sir”. Lembrei também de outra história envolvendo nordestinos e o nome Mamede.

Ao contrário de povos mais ao Sul, o povo do Nordeste gosta de pessoas bem-sucedidas. Não torce para que se explodam com seus carros no primeiro poste que encontrarem depois de sair da revenda. Era comum batizar os filhos de Mamede, que soa estranho desde que não se saiba de onde vem: de Muhamad, nome muito comum entre os mascates libaneses e sírios que percorriam o sertão nordestino. Eles admiravam essa gente tanto que muitos davam esse nome aos filhos.

É um outro povo, um outro Brasil.

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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