Um país barulhento

19 set • NotasNenhum comentário em Um país barulhento

De monotonia não se morre neste país, dizia o professor Joaquim Felizardo, hoje nome de centro cultural em Porto Alegre. Se não, vejamos: o nosso preclaro presidente viajou para os Estados Unidos com escala em Cuba, onde despejou petardos contra o perverso imperialismo norte-americano e dos países ricos.

Como o Brasil faz parte do grupo G77, que inclui Cuba, agora só falta voar para 76. Haja querosene de aviação.

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Mas com a intenção de comprar um jato maior, talvez um Boeing 777 com banheira a bordo e cama de casal. Quem sabe o tempo passa mais depressa. O dinheiro? Ora, para que servem os impostos?

Entrementes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra (PP-AL) faz cálculos sobre o custo do apoio do seu partido, o PP, e dos demais que, não faz muito, odiavam o PT. Entretanto, hoje são Lula desde criancinha, como o PL que foi de Bolsonaro. As coisas mudam, não é mesmo?

É como a nuvem do deputado Magalhães Pinto, olha está de um jeito. Olha de novo, e está de outro.

https://cnabrasil.org.br/senar

Como dizia aquele policial carioca, nos anos 1960, ao explicar por que gostava de bater em presos. “Eu tenho que sobreviver, entende?” Pois é, partidos também têm que sobreviver, entenda-se troca de consciências por cargos no governo.

O bonito desse troca-troca é que quem ganha cargos pode não votar com o governo, dependendo do diploma legal a ser votado, explicou Lyra. De forma que o governo brasileiro é o único do mundo que compra produto com defeito de fabricação. Ruim com ele, pior sem ele.

Nossos exemplos

Amanhã os gaúchos comemoram o 20 de Setembro. Data em que a Revolução Farroupilha de 1935 deu os doces. Criamos até um hino, que, a folhas tantas, fala em “sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra”. Eu acho que ficaria melhor “sirvam nossos exemplos como façanha”.

É bom, mas é ruim

Adendo aos comentários de ontem sobre turismo em Cuba. É incrível, como o turista só se interessa por céu, sol, mar e Havana. Cuba possui  um interior fantástico, com a Serra Maestra, fazendolas com vida simples, rodeios e rica cozinha tradicional. Temo que, se abrir de vez para o turismo, esse interior vire selva de espigões.

E vamos combinar uma coisa. O turista é essencialmente um predador. Suja ou destrói tudo que vem frente. Não é à toa que cidades europeias queiram vê-los pelas costas.

Isso posto, não sei se seria bom estimular o turismo. Cada dólar que entra tem um custo ambiental muito alto.

A pior de todas

A  autocensura dos jornais e emissoras de rádio e TV pelo medo de processos das mais altas cortes e até de cortes de publicidade de empresas, ipso facto, é maior que no regime militar. Todos querem ficar no seu cantinho confortável. Mesmo às  custas do prejuízo editorial e de sua reputação.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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