Tradição rompida

8 out • NotasNenhum comentário em Tradição rompida

O jornal O Estado de São Paulo deverá adotar ainda em outubro um novo formato de diagramação em suas páginas. A publicação deixará de utilizar o formato standard, que marcou seus 146 anos de vida, para adotar o berliner, bastante comum entre jornais europeus e também utilizado pelo La Nación, da Argentina.

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Economia de papel, tinta e logística, barateando o frete, como sempre digo.

Quando a antiga Caldas Júnior lançou a Folha da Tarde, e depois  foi a Zero Hora, dizia-se que o formato tabloide só dera certo em Porto Alegre, e era verdade. Havia várias explicações. Uma delas era que, pelo fato de circular neste horário, permitia que os leitores lessem o jornal no bonde e no ônibus. Pode ser, mas também a imprensa carioca e paulista nunca tentou esse formato. Em outras palavras, faltou vontade política.

https://cnabrasil.org.br/senar

Jornais formato standard, que não temos mais no Rio Grande do Sul, prestavam-se para longas matérias, no  tempo em que o mundo girava mais lento e se tinha a união do prazer de ler com fome de conhecimento.

Vá entender

Quando os jornais eram todos impressos, ia-se cedo a uma banca perto de casa ou do trabalho para comprá-los. Com alguma frequência, quem atendia informava “ainda não chegou”.

Hoje não precisa sair. Basta ligar o computador. Mas não abra muito cedo. A maioria ainda não atualizou a edição do dia anterior. Em síntese, o jornal “ainda não chegou”.

Perambulando por aí

Divulgar nomes de pessoas que têm conta no exterior mesmo tendo declarado para a Receita Federal, é uma excelente notícia para duas indústrias, a dos sequestros e a da chantagem. A dos sequestros tem a divisão relâmpago e a divisão prolongada.

Difícil

É muito difícil agradar o eleitorado. Quando um governante vai para o exterior procurar investimentos ele diz que não pode, onde já se viu. Se ele não viaja, diz que ele não faz nada.

Negócios

Milagrosamente encontrei alguém dizendo que os negócios melhoraram com a pandemia: um catador de latinhas e de plásticos. Para sorte dele, tanto os pobres quanto os ricos (em torno de 70%, diz o DMLU) não separam os lixos, e boa parte os joga nos contêineres. Que é só para lixo orgânico. Está escrito.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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