Tendência: hospitais vão aderir à Nova Economia

19 jan • ArtigosNenhum comentário em Tendência: hospitais vão aderir à Nova Economia

* Por Marco Aurélio Marques Félix

Sustentabilidade é um ativo que está na moda. E uma das formas de estimular esse princípio é cultuando a chamada Nova Economia, também conhecida como economia do compartilhamento. Talvez nem todos saibam o que esse conceito significa, mas certamente já vivenciaram em algum momento essa nova ordem econômica que vem ganhando território. Não por acaso, grandes empresas vêm aderindo à tendência, inclusive os hospitais e clínicas.

A lógica é simples. Por que comprar um carro pra se locomover ao trabalho se dá pra pedir carona por aplicativo? Alguém que mora sozinho numa casa grande pode ganhar dinheiro alugando um dos quartos que não são utilizados. Uma pessoa que precisa de um martelo para pregar um quadro pode tomar emprestado com o vizinho em vez de comprar um para usar só aquela vez.

São atitudes simples do nosso dia a dia, mas que vêm gerando grandes economias e, com isso, invadindo setores cada vez mais ortodoxos. No caso dos hospitais e das clínicas, esse movimento tem sido na escolha de alugar equipamentos hospitalares em vez de comprar, como acontecia até então. E esse movimento alcançou um nível de tendência que vai muito além das fronteiras do Brasil.

É o que aponta o relatório desenvolvido pela Market Reports World, empresa especializada em análises de mercado em âmbito global. O estudo mostra que o mercado de locação de equipamentos médicos cresceu em 20 países após a pandemia, e o cenário se manterá rigorosamente com essa tendência pelo menos nos próximos 5 anos. Além do Brasil, as locações cresceram também nos Estados Unidos, no Canadá, nas principais economias europeias e asiáticas e em países vizinhos da América do Sul, como Argentina e Chile.

Esse movimento representa uma quebra de paradigma que perdurou por décadas. Os hospitais tinham o hábito de comprar equipamentos novos com frequência, mantendo custos super elevados de aquisição e manutenção. Isso, é claro, sempre teve impacto no valor repassado aos pacientes pela realização de consultas, exames e procedimentos médicos.

Além disso, os hospitais mantiveram-se num círculo vicioso e ininterrupto de substituir de tempos em tempos os equipamentos comprados para manter-se em dia com os avanços da medicina. E agora, na pandemia, as instituições de saúde que não arredaram o pé na preferência pela compra sofreram para conseguir os aparelhos necessários, dada a alta demanda junto aos fabricantes.

Todos esses fatores se pulverizam diante da mudança de mentalidade, inclusive o problema da sazonalidade. Um exemplo aconteceu no início da pandemia, em março de 2020. A alta quantidade de infectados com o novo coronavírus obrigou os hospitais a se equiparem rapidamente com ventiladores pulmonares, monitores de sinais vitais, bombas de infusão e eletrocardiogramas para dar conta de todos os casos.

Houve grande dificuldade para a compra desses equipamentos. Mas a locação, além de desburocratizar o processo de aquisição, oferece uma entrega mais rápida, e a assistência técnica – um dos principais custos hospitalares – já está prevista em contrato. E, claro, oferece mais aparelhos disponíveis de pronta entrega, permitindo à instituição superar rapidamente a demanda.

De quebra, esse viés de sustentabilidade oferece contribuições à imagem das instituições de saúde, revelando uma relação positiva com o meio ambiente. E, claro, gera uma redução significativa de gastos que podem ser revertidos à ampliação do acesso aos serviços hospitalares oferecidos por cada local.

É inegável a quantidade de benefícios que vêm à tona com a Nova Economia incrustada em novos modelos de gestão do setor da saúde. Que essas instituições vejam nisso uma grande oportunidade para revolucionar o atendimento aos pacientes em maior escala. Especialmente agora, com a pandemia ainda em vigor.

* Diretor executivo e fundador da Cmos Drake, fabricante de equipamentos médicos 

ATENÇÃO: As opiniões publicadas em artigos não necessariamente são as do editor deste blog.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »