Sem  margem de erro

27 maio • NotasNenhum comentário em Sem  margem de erro

Em meus 53 anos de jornalismo, uma das queixas mais repetidas é entrevistado afirmar que não saiu bem o que ele falou, que o repórter esqueceu o mais importante e que distorceram o que disse. Essas queixas se acentuaram nos últimos anos. Em parte, o entrevistado não tem razão, em grande parte por não entender a cadeia entre a caneta e a publicação.

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Mas, sim, isso acontece com frequência, e aí podemos culpar a inexperiência do repórter, e uma circunstância nunca resolvida no ofício. Quem edita a matéria não é quem a escreve, e o título tem que caber na exigência da diagramação. Quem faz a capa e a manchete é outro profissional.

Por via de consequência, torna-se cada vez mais comum empresas e instituições publicarem matérias sob forma de reportagem. Aí não tem erro. O porém de sempre é que o anunciante quer botar uma bíblia em espaço pequeno, então usam letras miúdas para caber tudo.

Resultado: ninguém consegue ler ou lê com muita dificuldade. É jogar dinheiro fora.

Leitor explodido

Para economizar papel e tinta, alguns jornais fazem a mesma coisa, usam fontes pequenas e desmaiada cinza claro, já feitas com o propósito de baixar custos. O leitor que se exploda.

Pobreza criativa

A falta de boas e e nvolventes histórias na teledramaturgia brasileira é tamanha que as emissoras recorrem às reprises de novelas antigas. Caso da Globo, que vai reprisar Sassaricando, de 1987. Ocorre que não é só o fator criatividade que pesa. As novelas seguem com a mesma fórmula há 70 anos, com poucas variações.

Nos anos 1970, a Rede Tupy revolucionou a novela com Beto Rockefeller, tendo atores como o dramsturgo Plinio Marcos. Pela primeira vez se usou linguagem dita chula, mas popular, sem arabescos pomposos na entonação das falas. Foi um tremendo processo. Mudou tudo.

É hora e vez de outro Beto Rockefeller.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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