Sem margem de erro
Em meus 53 anos de jornalismo, uma das queixas mais repetidas é entrevistado afirmar que não saiu bem o que ele falou, que o repórter esqueceu o mais importante e que distorceram o que disse. Essas queixas se acentuaram nos últimos anos. Em parte, o entrevistado não tem razão, em grande parte por não entender a cadeia entre a caneta e a publicação.
Mas, sim, isso acontece com frequência, e aí podemos culpar a inexperiência do repórter, e uma circunstância nunca resolvida no ofício. Quem edita a matéria não é quem a escreve, e o título tem que caber na exigência da diagramação. Quem faz a capa e a manchete é outro profissional.
Por via de consequência, torna-se cada vez mais comum empresas e instituições publicarem matérias sob forma de reportagem. Aí não tem erro. O porém de sempre é que o anunciante quer botar uma bíblia em espaço pequeno, então usam letras miúdas para caber tudo.
Resultado: ninguém consegue ler ou lê com muita dificuldade. É jogar dinheiro fora.
Leitor explodido
Para economizar papel e tinta, alguns jornais fazem a mesma coisa, usam fontes pequenas e desmaiada cinza claro, já feitas com o propósito de baixar custos. O leitor que se exploda.
Pobreza criativa
A falta de boas e e nvolventes histórias na teledramaturgia brasileira é tamanha que as emissoras recorrem às reprises de novelas antigas. Caso da Globo, que vai reprisar Sassaricando, de 1987. Ocorre que não é só o fator criatividade que pesa. As novelas seguem com a mesma fórmula há 70 anos, com poucas variações.
Nos anos 1970, a Rede Tupy revolucionou a novela com Beto Rockefeller, tendo atores como o dramsturgo Plinio Marcos. Pela primeira vez se usou linguagem dita chula, mas popular, sem arabescos pomposos na entonação das falas. Foi um tremendo processo. Mudou tudo.
É hora e vez de outro Beto Rockefeller.