Seca que ficou molhada

11 nov • NotasNenhum comentário em Seca que ficou molhada

Para evitar aglomerações, o prefeito Sebastião Melo quer proibir a venda de bebida alcoólica nestes pontos. Lei seca nunca deu certo. Até porque a gurizada traz de casa. Nos EUA vigorou de 1920 a 1933, e no rastro criou ou incrementou a Máfia, a indústria do contrabando, corrupção policial em larga escala, milhares de assassinatos. A Lei Seca foi a glória do crime organizado e a derrota de milhões de fígados arruinados por bebida falsificada cheia de metanol, o destruidor. Sem falar na sonegação fiscal.

Criatividade alcoólica

É verdade que lá ela vigorou durante mais de uma década, e aqui o prefeito só a quer em dias de festa, finais de semana. Querem saber? Não vai dar certo. Os bebuns se viram, são criativos.

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A devastação

É preciso dizer que, em termos quantitativos, o álcool é um problema muito mais sério do que as drogas. Qualitativamente  não fica muito atrás. E altera a consciência, causa euforia e depois depressão. Em torno de 30% a 35% dos bebedores tornam-se alcoólatras, dado do pioneiro da dependência química no RS, o doutor Sėrgio de Paula Ramos.

Fluido on the rocks

O humorista que falava sério, o americano W.C. Fields, disse por volta de 1935, que os EUA eram uma nação grande e bêbada. Até hoje. Vejam os russos. Passam o dia bebendo vodca. Caminhoneiros da Sibéria acham que vodca a 96 GL é bebida de criança. Os dependentes bebem até fluido de freio, como aconteceu na Guerra do Afeganistão, fluido de freio de tanque T-34, guerra em que levaram uma saranda dos afegãos armados pelos americanos. Entre eles, Bin Laden.

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Em décadas passadas, moradores das favelas cariocas diziam que miséria mesmo era velório sem cachaça.

Se eu quero acabar com a bebida? Não. Quem pode beber sem se viciar, vá em frente. Nada contra.

O biodiesel dos humanos

Não se pode destruir o combustível da humanidade. Até Noé, o da arca, ficou de porre  É um fato inescapável. Outro combustível dos humanos é a burrice, outra realidade inescapável. Mas essa já é outra história.

Nosso liberais I

Joia de lógica do jornalista Carlos Brickmann (www.chumbogordo.com.br): “O rótulo de “liberal” tem vários sentidos. Em economia, indica os que preferem deixar a economia funcionar com o mínimo de interferência estatal. Nos Estados Unidos, o liberal está à esquerda do centro, mas sem chegar à social-democracia. Na Europa, o liberal está à direita do centro, mas sem chegar ao conservadorismo. No Brasil, liberal é o Valdemar Costa Neto.”

Nossos liberais II

“Valdemar, por apelido Boy, é o presidente do Partido Liberal. Fez parte do Governo de Lula e do Governo de Bolsonaro, em ambos os casos tendo cargos ocupados por gente sua. É coerente: está sempre com o Governo, e não tem culpa de que o Governo mude. Centrão desde criancinha, crê na Oração de São Francisco (é dando que se recebe)”. Brickmann resume bem o quanto é esquisita e adaptável às circunstâncias a política brasileira e seus caciques.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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