Parou por quê?

2 ago • NotasNenhum comentário em Parou por quê?

Pela primeira vez desde 2017 as edições online dos jornais impressos têm queda na audiência. Os impressos também descem a ladeira.

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Conforme o Poder360, a circulação média dos jornais brasileiros foi de 387.708 em 2022 e caiu para 356.841 no 1º semestre deste ano. E registro esse fato com enorme desgosto, logo eu que nasci escrevendo.

O fim da informação estocada

Tenho certeza que um dos motivos dessa retração impressa e virtual acompanha uma tendência que se observa mesmo de forma empírica, a diminuição de leitores em geral. Livro, ora quem precisa deles a não ser para levantar a tela do computador?

O pior, meus irmãos, o pior é que tendem a crescer com aplicativos como o ChatGPOT, que dispensa leitura e memória. Mas há nuances nas entrelinhas.

Parque de diversões

Com o universo de informações vindas de tudo quanto é lado, o internauta não sabe nem por onde começar. Recebe vídeos impactantes obtidos por celulares ou câmeras de vigilância dos quatro cantos.

https://cnabrasil.org.br/senar

Basicamente, o leitor de hoje gosta de figurinhas, estáticas ou que se movam. Vide Instagram. O que é real e o que é fake não interessa a ele. Até compartilha alegando “como é falso esse vídeo”.

A extinção da palavra escrita

Juntamente com o desejo crescente de não ler, vem a decadência do escrever. Por isso, usamos emojis no WhatsApp. Substituem frases embora fiquem chatos de tanta repetência. É como um filme e documentário na TV paga.

É duro nadar de poncho

Voltemos aos jornais e à queda de audiência e circulação. Exatamente por causa do dilúvio de informações a cada segundo, não tem como captar o que é realmente importante. É como fiscalização de alimentos por amostragem.

Até tu TV?

Como a televisão é imagem, pelo menos as emissoras têm essa capacidade de selecionar as mais espetaculares. Mas cessa aí. A saída é deixar de falar sobre a China e tratar de cuidar da esquina.

Sempre apostei que o futuro da televisão será a holografia por demanda, acionada por celular ou outra engenhoca, como o relógio de pulso multimídia. Que entre outras utilidades fará seu check-up sem entrar em laboratório clínico e de imagem.

Então tudo está perdido?

Escrever, ler, ir fundo em um assunto é e será o núcleo da elite. E por isso ela é elite. Se o povo fosse sábio, não seria povo.

O Rei da Comunicação

Continua sendo o rádio, por mais que ele pareça moribundo. Porque ele fala e nós escutamos, simples assim. No papo, a garantia da não-extinção. Provisoriamente. Que o Deus do meu passado o tenha. Cansei dessa loucura.


Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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