Parou por quê?
Pela primeira vez desde 2017 as edições online dos jornais impressos têm queda na audiência. Os impressos também descem a ladeira.
Conforme o Poder360, a circulação média dos jornais brasileiros foi de 387.708 em 2022 e caiu para 356.841 no 1º semestre deste ano. E registro esse fato com enorme desgosto, logo eu que nasci escrevendo.
O fim da informação estocada
Tenho certeza que um dos motivos dessa retração impressa e virtual acompanha uma tendência que se observa mesmo de forma empírica, a diminuição de leitores em geral. Livro, ora quem precisa deles a não ser para levantar a tela do computador?
O pior, meus irmãos, o pior é que tendem a crescer com aplicativos como o ChatGPOT, que dispensa leitura e memória. Mas há nuances nas entrelinhas.
Parque de diversões
Com o universo de informações vindas de tudo quanto é lado, o internauta não sabe nem por onde começar. Recebe vídeos impactantes obtidos por celulares ou câmeras de vigilância dos quatro cantos.
Basicamente, o leitor de hoje gosta de figurinhas, estáticas ou que se movam. Vide Instagram. O que é real e o que é fake não interessa a ele. Até compartilha alegando “como é falso esse vídeo”.
A extinção da palavra escrita
Juntamente com o desejo crescente de não ler, vem a decadência do escrever. Por isso, usamos emojis no WhatsApp. Substituem frases embora fiquem chatos de tanta repetência. É como um filme e documentário na TV paga.
É duro nadar de poncho
Voltemos aos jornais e à queda de audiência e circulação. Exatamente por causa do dilúvio de informações a cada segundo, não tem como captar o que é realmente importante. É como fiscalização de alimentos por amostragem.
Até tu TV?
Como a televisão é imagem, pelo menos as emissoras têm essa capacidade de selecionar as mais espetaculares. Mas cessa aí. A saída é deixar de falar sobre a China e tratar de cuidar da esquina.
Sempre apostei que o futuro da televisão será a holografia por demanda, acionada por celular ou outra engenhoca, como o relógio de pulso multimídia. Que entre outras utilidades fará seu check-up sem entrar em laboratório clínico e de imagem.
Então tudo está perdido?
Escrever, ler, ir fundo em um assunto é e será o núcleo da elite. E por isso ela é elite. Se o povo fosse sábio, não seria povo.
O Rei da Comunicação
Continua sendo o rádio, por mais que ele pareça moribundo. Porque ele fala e nós escutamos, simples assim. No papo, a garantia da não-extinção. Provisoriamente. Que o Deus do meu passado o tenha. Cansei dessa loucura.