Os dois Brasis
Nunca achei que viveria em dois Brasis. O primeiro é o que está espelhado nos meios de comunicação formais, o Brasil 2 está nas redes sociais.
Os meios de comunicação, entendidos como imprensa escrita e televisionada, está contando a história como ela não é. A internet propiciou 15 segundos de fama para qualquer mortal daqui ou de uma vila remota de Burkina Faso.
Então, estamos vivendo um momento semelhante ao de antes da invenção de Gutenberg e até mesmo antes de qualquer escrita manual. Não há registros confiáveis porque, em cada cabeça, há uma sentença.
O lado vencedor conta a sua verdade, o perdedor lamenta a sua. Ao vencedor as batatas, o perdedor que se exploda.
Há um aspecto perigoso na colheita de fatos. O repórter sai a campo para encontrar um fato que ele, de antemão, criou a “forma”. Se a realidade não confere com ela, não é a forma que está errada, é a realidade. Não somos confiáveis.
Espelho,espelho meu
Entre as descobertas mais importantes da história está o espelho de vidro. Parece exagero, mas não é.
Desde a antiguidade o Homem buscou seu retrato, primeiro na água parada. Depois, em materiais polidos.
A primeira vez com uma visão razoável, mas ainda insuficiente, foi quando poliram os metais. Os primeiros surgiram na antiga Suméria, hoje Iraque, placas de bronze polidas com areia.
O de vidro foi invenção do químico alemão Justus von Liebig, que usou nitrato de prata no vidro, em 1830.
Se alguém pensa que espelho é só para dar a real ou servir para narcisos em ataques de vaidade está enganado. A medicina precisa deles, os telescópios também, entre outros milhares de exemplos que, sem eles, o mundo não seria como é hoje.
São incontáveis os filmes e livros que tratam dele. Por enquanto, deixo a parte útil de lado, mas sempre achei fascinante como dele se fazem piadinhas. Como a crença para distinguir o sexo das moscas. Se forem fêmeas, pousam no espelho; se forem machos, pousam em escrivaninhas.
Rembrandt e outros pintores dos Países Baixos usavam espelhos para pintar autorretratos e cenas mais complexas. Do ponto de vista prático, a qualidade de um espelho pode ser medida colocando-se a ponta da unha do polegar nele. Quanto menor a distância da imagem, melhor ele é. Colocados um de frente para outro, teremos a imagem reproduzida ao infinito. É o que mais espelha – sem trocadilho – o infinito. A imagem é cada vez menor, mas até que ponto?
O espelho serve tanto para elevar a autoestima como para piorá-la.
Da primeira vez que vemos nossa imagem refletida, reagimos com curiosidade na medida que vamos crescendo, nos olhamos para ver se estamos bonitos. Quando envelhecemos, queremos distância dele
Corrida sem erro
Muito boa a iniciativa dos motoristas do pano de táxi no lado oposto ao Hilton Hotel. E uma tranquilidade para forasteiros e turistas saber quando custa uma corrida para os trajetos mais frequentes. Ajudaria muito se a EPTC repintasse a faixa de segurança para pedestres, que sumiu há horas sem dizer quando volta.