Tema de casa
Vamos ver o que os aluninhos da Escolinha do Professor Brasil vão aprender hoje. Mesmo que ainda sejam crianças, está na hora de aprender alguma coisa sobre eleições. Como vocês sabem, e se não sabem não os culpo, existem cerca de 36 partidos registrados na Justiça Eleitoral, embora alguns falem em 41.
A fila anda, Joãozinho, e tira o dedo da tomada. És muito novinho para se suicidar. Mas vamos aos principais, os baluartes da democracia que uns dizem não existir e outros entendem como democratismo.
Ah, não pegou a ironia? Vá se acostumando, pois tem mais do lugar de onde vim. Os grandes partidos são o MDB, o PT, o PSDB, o PP, e vem aí o PL, a União Brasil e quem mais? Sim, o PSDB.
O PDT foi, mas não é mais. Era daquele que chamava que chamava Lula de sapo barbudo. Ahh sim, o doutor Brizola. Leonel de Moura.
Todos têm diferenças, caros alunos, mas no fundo são iguais. Uns se dizem socialistas, mas vivem do dinheiro capitalista, e outros são capitalistas. Todos eles mamam nas generosas tetas do governo, onde se lê Fundo Partidário.
O leitinho das crianças jorra com abundância. Mas antes mesmo de chegar à mesa, alguém já bebeu metade dele no caminho. Para vocês irem se acostumando, quem bota leite na vaca é o dono dela. Em teoria.
Vaca de contribuinte costuma ir para o brejo, mas antes dela vai quem a criou. Muito bem.
O leite das criancinhas irriga um negócio chamado campanha eleitoral. Nela, os diversos candidatos brigam de mentirinha, dizendo que o outro não presta e coisa e tal. Mas nenhum deles diz: “Olha, se eu for dono da vaca vou fazer isso e aquilo para tirar vocês do brejo”. E dê-lhe blá blá blá.
No segundo turno é comum inimigo virar amigo e vice-versa. Começa tudo de novo. Quem faz mais votos é declarado Presidente do País de Macunaíma.
O primeiro ano é gasto em entender o tamanho da bronca, no segundo começa a governar. No terceiro, já brigou com aliados, ministros, países e tribunais. No último ano, o cafezinho vem frio, a vaca para de dar leite e quem não foi vivo fica chupando o dedo.
O cavalo passou encilhado e só as Carolinas não viram. Então, tudo começa de novo.
É complicado, né? Mas não se preocupem. Nem o presidente nem seus auxiliares são livres para governar, apenas são livres para fazer trapalhadas.
Anotações sobre arapucas
Quando um homem público é pego em algum esquema vai à TV, convoca entrevista coletiva bradando “O Brasil me conhece”. Conhece bem demais.
Mesmo assim, não desacredite. Sem a crença de um futuro melhor, ficamos sem eira nem beira, sentados na calçada da solidão e do desânimo. Veja tudo isso como uma peça de teatro. Comédia.
É, ê, fumacê…
O fumacê que era proibido de te deixar planchado está tão na moda que até roupas masculinas tem padronagem imitando as folhas da planta. E olha que o cidadão da foto já está na terceira idade.