Para começar
As caixas de entrada são inundadas por mensagens mostrando a situação de apenados, de presos em celas insalubres e outros que tais. Mas não vejo ninguém ou quase ninguém criticar de forma concomitante a branda legislação criminal. Olhando de longe, os primeiros só atacam quem prende e não criticam os prendidos.
Posso concordar que há muita selvageria nos presídios. Posso concordar que a tortura é uma barbárie. Posso concordar que condenados por crimes comuns não deveriam estar junto com assassinos profissionais e outros da mesma tribo, que mereciam uma chance de ressocialização, posso apoiar tudo isso. Mas não posso deixar de me revoltar com os assassinatos de pessoas decentes por motivo fútil. A eles, os rigores.
Em resumo, o que se observa é quase uma torcida pelos criminosos, como a dizer que são coitadinhos que a sociedade transformou em profissionais do crime.
O crime não liga para a estatística
Quando o Brasil estava com a economia bombando, no primeiro governo Lula, o próprio PT ficou surpreso ao constatar que a criminalidade não diminuiu, como eles sempre pregavam, que o crime aumentava por conta da economia fraca. Ao contrário, aumentou no período. Podem falar o que quiserem, mas a impunidade é o motorzão que impulsiona a carreta da criminalidade.
Também há que se considerar o óbvio, quanto mais gente, mais crimes. O planeta está botando gente pelo ladrão e é uma mera questão estatística. Quanto aos crimes fora de órbita, assassinatos de crianças, estupradores, assaltantes que matam pelo prazer de matar e serial killers “normais” são produzidos pela mente doente, um exército de seres que viraram monstros sem ou com pouco controle.
Em menos de uma semana ficamos horrorizados com o assassinato de uma menina de três anos torturada desde que nasceu pela mãe e padrasto. E, agora, um namorado ciumento matou a namorada e seu filho de oito anos. Por ciúmes. O horror, o horror, como repetia o coronel Kurtz no filme Apocalipse Now.
Então eu pergunto que chance de ressocialização tem gente assim? Pena de morte não resolve, dizem os especialistas. Como sabem que essa possibilidade não impediu outros crimes? Jamais saberemos, mas não chutem dizendo que não diminuiu, sem antes dar uma chance a outra pergunta, quanto a pena capital não inibiu novos crimes.
O mundo é um hospício
Título de um filme dos anos 1970, não seria bem visto em filme dos tempos atuais. Hospício é degradante, concordo, mas no sentido de loucura geral que campeia é uma boa definição.
O que nos leva ao politicamente correto. Melhor dizendo, o excesso do politicamente correto. O escritor angolano Mia Couto, o queridinho da esquerda brasileira, disse em entrevista, na Feira do Livro de Porto Alegre, que essa condição inibe até a forma de se falar. Antes, os jornais da Capital davam-lhe uma página quando vinha a Porto Alegre, com essa declaração ganhou algumas linhas. E olhe lá.
O Pêndulo
Como na física, todo movimento pendular parte de uma extremidade e vai em direção à outra e assim sucessivamente, até que vai perdendo impulso e tende ao centro. Não parece ser o caso de hoje. O pêndulo se fixa em um dos dois extremos de forma permanente. Tá bem, o mundo não é um hospício, é um caso perdido.
O assustador na Bíblia, no Gênesis, é ler que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança. Há quem diga que exatamente o contrário, o que do ponto de vista agnóstico soa melhor, mas é igualmente aterrador.
Princípio da Encomenda
Toda e qualquer pesquisa eleitoral encomendada por partidos ou por candidatos já nasce contaminada.
Parágrafo único
Não fosse assim, os partidos e candidatos não esperariam as pesquisas independentes.