• Modelo de entrada

    Publicado por: • 27 jul • Publicado em: Notas

     No começo da rua Voluntários da Pátria, conversei com um desses vendedores, que dispunha de dois modelos: um maior e outro pequeno, que cabia em qualquer bolso. Perguntei a ele se estava vendendo bem os produtos.

     – Bota bem nisso – falou ele, ar de satisfação no rosto. – Tem crente que compra pra fazer desagravo pra santa e outros compram na base do vai que, de olho em algum milagre.

     É a tal coisa das brujas.

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  • A forma

    Publicado por: • 26 jul • Publicado em: Caso do Dia

     Se os jornais e televisões e rádios do RS, especialmente, tivessem a figura do ombudsmen, criação sueca que consiste em escolher um jornalista para analisar crítica e severamente os erros da redação do seu próprio veículo, depois tornar público em uma coluna ou página do mesmo veículo, levariam um choque. Quando colunistas, comentaristas ou âncoras entrevistam alguém não fazem perguntas, fazem teses e debulham antecipadamente sua opinião sobre o assunto em tela.

      Já teve entrevistado que estrilou no ar. Disse que não foi lá para ser entrevistado, mas para ser criticado e, antes de mais nada, vai ter que ouvir o que o jornalista pensa dele e do seu trabalho. Normalmente, o pior. Como já dizia o ex-presidente Jânio Quadros, se sabes a resposta por que a perguntas?

      Já usei aqui a figura da caixa de sapato para ilustrar o que digo. O entrevistador tem uma tese, uma forma, que cabe na caixa de sapato. Se, no decorrer do tempo, a forma que recebe de volta do perquirido não cabe na sua caixa, ele está errado. No caso de repórteres que vão a campo, é pior ainda – se a realidade não se encaixa na sua forma, a realidade está errada.

      Como vai mal nosso jornalismo, nossa!

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  • Malandragem nipônica

    Publicado por: • 26 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

     Uma missão empresarial japonesa foi recebida por entidades empresariais de Porto Alegre. Como até a neve derretida do Monte Fuji sabe, os nipônicos, assim como os chineses, são extremamente cautelosos nos contatos para compra e venda. Primeiro, eles criam laços comuns e só depois de muito hai-kai eles partem para as propostas de fato. Ou seja, por enquanto, os japoneses estão aqui para trocar cartões.

     No final dos anos 1980, eu acompanhei mais de perto uma missão japonesa em Porto Alegre, no tempo que não era comum como agora esse troca-troca determinado pela globalização. A comitiva era de técnicos, essencialmente, não de empresários. Pediram e foram recebidos na Federasul. Alguns poucos falavam um inglês tosco, então a comunicação não seria por aí. Nenhum deles falava português, me disseram.

     Precavidos com as distâncias linguísticos além das geográficas, eles trouxeram um tradutor. Quando começou a rodada das perguntas, o tradutor vertia para o japonês e vice-versa quanto eles queriam alguma informação. Naturalmente, que os empresários gaúchos destravaram a língua e, não raro, falavam entre si sobre o que esperar deles, crentes que alguma indiscrição não seria captada pelo tradutor.

     Não precisava. À certa altura, fui na parte mais alta do recinto e, como quer não quer nada, fiquei observando o comportamento deles. Me caiu os butiá do bolso. Dois deles, que ficaram bem perto dos nossos, não esperavam o tradutor verter para sua língua, começavam a anotar nossas falas antes dele.

     Ou seja, pelo menos dois deles falavam português. E nós aqui achando que era tudo japonês. Malandrões…

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  • Nem todos foram feitos para perambular por aí.

    • F. A. •

  • Se não danças nada…

    Publicado por: • 26 jul • Publicado em: Notas

    …por que queres luz negra? As embalagens de alguns produtos são tão difíceis de abrir que cabe perguntar porque então a fabricaram e a colocaram à venda. Existem meios mais práticos para evitar a violação da embalagem para fins de falsificação.

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