• Modos na mesa

    Publicado por: • 22 dez • Publicado em: Notas

     Quando eu era pequeno, não podia me servir primeiro nas refeições porque diziam que a primazia era dos mais velhos. Hoje, quando vou me servir, me avisam que as crianças têm preferência.

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  • Manifestação da OAB

    Publicado por: • 22 dez • Publicado em: Artigos

    Segue manifestação do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, sobre a intenção do governo de aumentar impostos:

    Mais uma vez, o ministro da Fazenda recorre ao aumento de impostos para dar a entender que trabalha para resolver os problemas da economia. É hora de o governo respeitar a inteligência dos cidadãos, que sabem o quão alta é a carga tributária do país e sabem também que os problemas econômicos não decorrem da arrecadação de impostos – que é elevadíssima.

    Como pode o governo se queixar da arrecadação ao mesmo tempo em que aumenta as nomeações de cargos em comissão e não mede esforços para enviar dinheiro diretamente ao ralo das emendas parlamentares de aliados?

    Logo quando o ministro Henrique Meirelles assumiu a função, em 2016, ameaçou recriar a CPMF. A OAB, na época, organizou um amplo movimento e o governo recuou da ideia. Depois, no início de 2017, mais uma vez, a equipe econômica se valeu do aumento de impostos sob a desculpa de isso ajudar a cumprir a meta fiscal. Hoje, o preço do combustível sofre uma alta que prejudica toda a cadeia produtiva. Da mesma forma a OAB agiu no governo de Dilma Rousseff, que também tentou recriar a CPMF.

    A OAB continuará ativa, seja com ações judiciais, seja com campanhas e mobilização social, para atuar contra o aumento e a criação de impostos. As brasileiras e os brasileiros já arcam com uma das maiores cargas tributárias do mundo sem ter, em contrapartida, serviços públicos em qualidade razoável.

    Combater o rombo das contas públicas significa atuar contra a corrupção e contra a ineficiência. Medidas óbvias, que parecem ser esquecidas pelo governo, passam por não nomear suspeitos de corrupção para cargos públicos. Outra medida básica é acabar com a farra dos cargos comissionados para apadrinhados políticos.

    Nesse sentido, a OAB, recentemente, apresentou ao STF uma ação em que solicita a regulamentação das regras de nomeação de cargos de confiança no serviço público. O objetivo é definir os critérios técnicos de ocupação das vagas e evitar o desperdício de dinheiro público. Outra ação da OAB, apresentada ao STF, cobra a atualização da tabela do Imposto de Renda. Da forma como está, pessoas que deveriam ser isentas estão pagando IR e pessoas que deveriam pagar menos estão enquadradas em faixas mais altas.

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  • Sobre insanidades

    Publicado por: • 21 dez • Publicado em: Caso do Dia

     Um cunhado da apresentadora Ana Hickmann reagiu quando um jovem armado de revólver atirou na apresentadora e em sua assessora: com um tiro, matou o rapaz que tentava assassinar as jovens. E está sendo acusado de homicídio por um promotor, que alega que, embora tenha havido legítima defesa, foi excessiva, e o cunhado da apresentadora poderia ter evitado a morte do candidato a assassino. O promotor que nos perdoe, mas este colunista, em situação igual, descarregaria o revólver, para garantir a vida de suas parentes. Alguém seria capaz de moderar-se nessa situação?

     A informação é do colunista Carlos Brickmann, do blog Chumbo Gordo. Confesso que me senti muito incomodado com o relato. Pior, são situações comuns. Fazendo coro ao Carlos, o que poderia o acusado ter feitos para não incorrer no “exagero”? Defender-se com as penas de um espanador para não machucar sua excelência, o assassino? Ou quem sabe aplaudi-lo pelo tiro certeiro?

     O grego Eurípedes tinha razão. Aqueles que os deuses querem destruir enlouquecem primeiro.

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  • O pedido na Pelotense

    Publicado por: • 21 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

     O Hugo e o Elpídio eram os dois garçons seniores do Bar e Rotisserie Pelotense, na rua Riachuelo (olhe a elegância do nome do estabelecimento), em Porto Alegre. O Hugo, xerox do ator Walter Mathau, era comedido, voz grave, andar calmo e que dificilmente se irritava. Já o Elpídio era o oposto. Baixinho e nervosinho, saltitava entre as mesas movendo rapidamente a cabeça em direção a algum perguntador. Ria facilmente e então aparecia um dente de ouro na meia esquerda, mas também tinha pavio curto. No caixa, reinava a Fifa; na cozinha, a Vandinha. O dono, João Mariano, era um tipo sisudo. Um dia, avisou a Fifa que iria ao dentista e nunca mais voltou nem dele se soube notícia.

     Ambos se revezavam para atender a Mesa Um. Certo dia, chamei para pedir um bauru. O Hugo se aprochegou mais devagar que carreta manobrando de ré. Bloquinho de comanda, caneta Bic na mão, esperou com ar grave as minúcias do meu pedido.

     – Hugo, eu quero um bauru de pão cervejinha, com queijo duplo e bife de filé, um pouco mais que ao ponto, só uma rodela de tomate gaúcho e sem alface, ouviu bem? Alface tem giárdia, quero ficar longe dele. Presta atenção no ovo, Hugo….

     E ele anotando.

     …manda fritar o ovo até que as bordas fiquem levemente queimadas em toda a volta; a gema não pode ficar dura e precisa ter vocação para escorrer assim que o garfo a atingir. Certo?

     O Hugo fez o ponto final com a Bic na comanda, virou-se para a escada que dava na cozinha e gritou:

     – Vandinha, salta um bauru!

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  • O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos e, por fim, acaba sabendo tudo sobre nada.

    • George Bernard Shaw •