• Diário de uma Vida Nova

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: Caso do Dia

    Amigos de prontidão

    Foi muito bom chegar de volta no Jornal do Comércio e receber efusivas manifestações de carinho de colegas jornalistas e do pessoal administrativo da empresa. Emocionante, até. Como escrevi no blog, o médico me liberou para trabalhar por três horas diárias na redação, responsável pela Página 3, Começo de Conversa que sou.
    Foto: Patricia Comunello 

    Como todo o brasileiro…

    …horários limitados em xis horas não funcionam. Agora, por exemplo, já passei das três horas e devo chegar rápido a três horas e meia. Então, vou embora para casa, home sweet home. Durante esta semana, fico neste ritmo. Semana que vem, aumento a carga horária e, na terceira, sai da frente.

    O incompreensível

    Durante minha convalescença, tive que escrever muita coisa em língua cursiva, anotações e pequenos recados. Minha letra sempre foi ruim, de maneiras que era eu e os médicos, que têm fama de escrever hieróglifos, justa ou injustamente. Com o computador, os pacientes dos esculápios podem respirar aliviados, mas não comigo. Quando eu escrevo só eu e Deus entendemos o texto. Depois de algumas horas, só Deus. Passada uma semana, nem Ele sabe decifrar.
    JC
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  • O Corcel da zona

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

      Anos 70. Viajei de trem húngaro (ó, que saudades que eu tenho) para Alegrete e me passei, dormi demais. Acabei em Urugaiana, ainda de madrugada, em pleno feriadão de Finados. E meu povo me esperando na estação férrea. E, agora, o que eu faço – numa cidade deserta – para avisar meu pessoal?

      Paciência, vou de táxi pagando uma nota preta. Decisão tomada, procuro um táxi. E onde acho um? Depois de muito bater pernas, cheguei à conclusão que o único lugar do mundo onde sempre tem táxi é na zona. Resumindo o causo, achei um Corcel II caindo aos pedaços na direção um motorista com um bafo de tigre louco, cochilando, bem em frente a um cabaré ainda com bar aberto.

      Acordei o cara, tarefa nada fácil, e perguntei quando ele cobraria para me levar a Alegrete, distante 150 km. Uma nota, mas não tinha outra saída e nem mesmo ônibus. Assim que o motora engatou a primeira, vi que ele pegaria no sono em poucos minutos.

      – Cara, não vai dar certo. Volta para a zona e pega meia dúzia de cervejas. Eu pago. Quando sentires que vais pegar no sono bebe uma cega, certo?

      Era tudo que ele queria ouvir. Quase que faltou cerveja – na época só tinha um posto e uma borracharia ao longo dos 150 km – mas fiz uma viagem tranquila.

      O duro foi aguentar o bafo.

     

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  • Um homem pontual é um homem solitário.

    • Ditado americano •

  • Notas

    Publicado por: • 24 abr • Publicado em: Notas

    Os anos de 2018

     Logo após o ano-novo, comentei que teríamos três anos em um só, de janeiro até o Carnaval, depois dele, até as eleições e um terceiro, após o pleito, vulgarmente chamado de o ano do café frio. Pois não é que eu esqueci que ainda tem a Copa do Mundo?

    A paradinha

    Neste período para quase tudo, a não ser que a Seleção seja eliminada. É como se o tempo congelasse, e a única brecha que ele abre é para a pátria de chuteiras, no dizer de Armando Nogueira.

    Frustração

    Nos últimos dias da semana passada, Lula sumiu da mídia. Nem mesmo fotos da militância vi. Pode ser que ele retorne com os julgamentos no STF, aliás, vai. Mas para quem pretendia levantar as massas com e sem ovos deve ter sido frustrante. Em tido caso, o Dia do Trabalho vem aí e, sem dúvida, devem estar preparando um bochincho.

    Trabalho sem trabalho

    O dia 1º de maio sempre me chamou atenção. Como é que em um Dia do Trabalho não se trabalha?

     

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  • Diário de uma Vida Nova

    Publicado por: • 23 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Prefácio

    Só tem uma coisa que me chateia. Eu deveria ter aproveitado a cirurgia para fazer uma lipo.

    A travessia

    “Atravessando o Vale das Sombras, o Senhor é meu pastor e nada me faltará.” A citação bíblica é uma bela demonstração de esperança e fé inquebrantável e reconfortante. Mas a bem da verdade não pensei nela quando recebi o diagnóstico, nem antes e nem  depois da cirurgia enquanto esperava o resultado dos exames para saber se houve metástase e se eu precisaria fazer quimioterapia. Negativo para os dois, soube na semana passada – a cirurgia foi dia 21 de março.

    Eu fora

    Para ser sincero, em nenhum momento, ao longo de todo esse tempo, aflorou a palavra sinistra “morte”. Nem quando soube que o tumor no reto era maligno. Simplesmente, apenas dei-me conta de que deveria passar por uma grande chateação, mas não cogitei passar dessa para a outra. Pouco antes da anestesia, pensei que acidentes de trabalho acontecem e sempre havia a possibilidade do barqueiro Caronte estar esperando.

    Eu não prometo

    Também não fiz a clássica revisão da minha vida e nem fiz juras de que eu seria um cara diferente se eu sobrevivesse, como falei, a uma grande chateação. E descobri que dar uma parada nessa minha vida de caxias não era nada mau. Tal qual um piloto kamikaze na guerra do Pacífico na II Guerra Mundial, a faixa branca que amarrei na cabeça não tinha a tradução de kamikaze (vento divino) e sim o lema de todo workaholic “meu nome é trabalho”. No fundo, isso também é ser kamikaze, não é mesmo?

    O dindim

    Não é nada não é nada, estou no basquete há 57 anos. Comecei como funcionário da secretaria de  colégio e depois de banco. Então, não posso ser acusado de dormir com a preguiça. O único problema dessa tentativa de trabalhar menos é o dinheiro, ou sua falta.

    A aprontada do seu Adão

    Se o mundo fosse perfeito todo ser humano deveria nascer com uma bela soma na poupança. Afinal, os católicos como eu, já não nascem com saldo devedor no cheque especial por causa do Adão, que resolveu dar uma bimbada na dona Eva? É como chegar no banco para tirar o primeiro talão de cheques e ser informado que  meu saldo era devedor, mesmo sem ter emitido nenhum. Pois deveria ter um contraponto.

    JC

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