• Faz muita diferença se pensamos em Deus como uma pessoa ou como uma força. De uma forma, você tem o Cristianismo, de outra você tem a Guerra nas Estrelas.

    • Jayne Kulikauskas •

  • Um mocotó longe demais (1 de 2)

    Publicado por: • 28 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

    Na minha galeria de tipos inesquecíveis, figura o ex-deputado, ex-secretário da Saúde do RS Lamaison Porto. Conhecia sua fama, porque, como titular da pasta da Saúde, liquidou com a praga dos mosquitos em Porto Alegre, mais para o final dos anos 1950. Criou o esquadrão Mata-Mosquito, agentes que iam de casa em casa botar BHC nos ralos, fugas d’água e poças quando em quintais. E era advogado, vejam só.

    Nos anos 1980, quando eu fazia o Informe Especial na Zero Hora, Lamaison tinha um cargo qualquer na direção da empresa, gentileza de Maurício Sirotsky Sobrinho. Era um cara diferenciado, o Maurício. Um sujeito do bem. Foi ele quem me convidou para fazer o Informe e em 1975. Também foi ele, Maurício, quem me levou a produzir o primeiro programa agropecuário da TV brasileira, o Campo e Lavoura, na então TV Gaúcha. O Maurício ajudou e empregou amigos de juventude em Passo Fundo quando a RBS já era uma potência. Um deles era o Lamaison.

    Certa feita, perguntei o que ele exatamente fazia na casa.

    – Sabe que não sei direito?

    Semanas depois, estava eu dedilhando as pretinhas na redação fora do horário normal. Redação vazia, o Lamaison (pronunciava-se Laméson) assomou à porta da redação.

    – Guri, estou com uma vontade maluca de comer um bom mocotó. Vamos nessa?

    Fui.

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  • Na mesa de cirurgia

    Publicado por: • 27 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Uma constante a cada final de ano-início do novo é a profusão de artigos, ensaios e manifestações sobre a agenda – por si só essa palavra já é o lugar comum mais comum que existe – do ano que se inicia. Repensar gasto público, fazer com urgência as reformas necessárias, discutir o tamanho do Estado e o peso dos impostos na vida de um cidadão comum ou de empresa, tudo isso será novamente colimado nas famosas reflexões do novo ano que se aproxima.

    Imagem: Freepik

    …esperando o doutor

    Para ser sincero, estou farto dessas radiografias que são as mesmas nos últimos anos, apenas com o acréscimo de números ou dados carreados do ano que vai terminando. Isso sem falar nas boas intenções e do que nós humanos podemos fazer para melhorar o mundo.

    Os salvadores

    Taí outra coisa que abomino. Todo santo dia, o Brasil é salvo em tudo quanto é canto que tenha uma boca falante. Também de salvadores da pátria estamos cheios. E se temos radiografias e exames que mostram o delicado estado do paciente, o Brasil, já deveríamos ter um cirurgião abrindo os trabalhos. Como estamos de presidente novo, e de governador novo, quem sabe lanceta o tumor e começa a cirurgia.

    Vai que a bola é tua

    Sempre tem o perigo de recidiva, coisa muito comum no Brasil. Mas alguém tem que pegar o pião na unha e botar os guizos no pescoço do gato, como na fábula de Esopo e arte-finalizada por La Fontaine. Bueno, Capitão, agora é com vossa excelência…

    O manual do abridor

    Embalagens graneis ou líquidos ou pastosos são vendidos nas boas casas do ramo com embalagens lacradas. Palmas, finalmente se evita a meleca quando do transporte para casa e a contaminação do produto. O único senão é que para abrir o lacre plástico precisa de um pé-de-cabra ou a expertise desses assaltantes que explodem caixas eletrônicos sem danificar o dinheiro.

    Onomásticos

    Curso técnico em Enfermagem do Hospital Moinhos de Vento completa 60 anos.

    Jornal do Comércio

    Leia e assine o JC clicando aqui.

    Humana ti home

    Há algo no ar além dos aviões de carreira: drones. Para o bem ou para o mal, eles vieram para ficar. Mais cedo ou mais tarde, vai dar meleca em choque com aviões. O lado ruim é perda de empregos. Quantos humanos seriam necessários para as tarefas dos drones só neste vídeo? Clique para assistir.

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  • Faz muita diferença se pensamos em Deus como uma pessoa ou como uma força. De uma forma, você tem o Cristianismo, de outra você tem a Guerra nas Estrelas.

    • Jayne Kulikauskas •

  • O Príncipe dos Poetas

    Publicado por: • 27 dez • Publicado em: Sem categoria

    Numa das pescarias que a GM bancou no Pantanal por volta de 2000, estávamos curtindo a madrugada subindo o Rio Paraguai com o barco Princesa do Pantanal ou seria Rainha? Nos três anos que fui, eu e dezenas de jornalistas de todo o Brasil, senti como o Pantanal é mágico. Tem alguma coisa naquela região que mexe com teu DNA. No restaurante do barco, que funcionava 24 horas, falávamos sobre esperanças e desesperanças, quando o jornalista Sebastião Gorgulho se pôs a declamar este soneto do Padre Antônio Thomas.

    Quando partimos no verdor dos anos, 
    Da vida pela estrada florescente, 
    As esperanças vão conosco à frente, 
    E vão ficando atrás os desenganos. 

    Rindo e cantando, célebres, ufanos,
    Vamos marchando descuidadamente; 
    Eis que chega a velhice, de repente, 
    Desfazendo ilusões, matando enganos. 

    Então, nós enxergamos claramente 
    Como a existência é rápida e falaz, 
    E vemos que sucede, exatamente, 

    O contrário dos tempos de rapaz: 
    – Os desenganos vão conosco à frente, 
    E as esperanças vão ficando atrás.

    Achei fantástico, então pedi para o Gorgulho o nome do livro para ir à caça da obra. Não tem, respondeu ele, contando a história do cearense. Padre Antônio Thomas (1868-1941), considerado o Príncipe dos Poetas Cearenses, nunca permitiu que publicassem livros com sua obra, essencialmente poesias. O Ceará o respeitou. A Igreja nunca o viu com bons olhos, porque cantava os miseráveis, os desajustados, os perdedores. Este soneto mostra o quanto o Padre Antônio era bom no que fazia.

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