• Antigamente, o silêncio era dos imbecis. Hoje são os melhores que emudecem.

    • Nelson Rodrigues •

  • Atentados terroristas  

    Publicado por: • 4 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    No tempo em que sanduíche aberto obedecia a padrões bem demarcados de honestidade as boas casas do ramo forneciam, basicamente, os mesmos ingredientes. Pão especial (mas podia ser o branco, não fica feio nem ruim), presunto e variações, como salame italiano e lombo de porco, mais queijo de boa espessura, picles (pepino), o resto como cenoura em conserva é frescura e estraga o sabor do conjunto da obra, mais tomate e o tradicional molho de carne. Em cima de tudo, mostarda a gosto.

    Presumo que, de alguns anos para cá, gnomos do mal tenham sussurrado no ouvido dos donos de bar que deviam mudar a composição de uma das mais saborosas comidas que a humanidade inventou. Então veio o desastre. Algumas casas oferecem sanduíche quase só de pepino, e quase sempre de conserva do tipo que se doa para o fome zero.

    Outros estabelecimentos servem sanduíche aberto de cenoura em conserva, ou de tomate. Nestas modalidades o presunto e o queijo são tão finos que quase flutuam no ar; em compensação, a fatia do pão é grossa como bíceps de pugilista. Então chegou-se ao máximo de pobreza, o sanduíche de pão.

    Para identificá-lo basta fazer uma operação bem simples. Quase sempre na ponta do iceberg está uma azeitona, depois cenoura e pepino. Queijo e o presunto ou o salamito são quase invisíveis, praticamente uma sugestão na melhor formulação “onde estás que não te vejo”. É a glória.

    E cobram por isso.

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  • A Mega das dezenas baixas

    Publicado por: • 3 jan • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A Mega da Virada teve essa multidão de acertadores (52) porque os números (5-10-12-18-25-33) sorteados foram “baixos”, no sentido de abaixo das dezenas a partir da 40, metade do volante. É típico de quem normalmente joga pela primeira ou primeiras vezes. Este tipo de apostador joga em datas de aniversário ou mesmo por indução de não deixar em branco as primeiras dezenas. E como se fosse obrigação. Mas também pode ser capricho do computador, em caso de jogo no escuro.

    O comportamento do neófito é previsível, principalmente para os de baixa renda. Observa-se isso nas lotéricas. Ele vem com um volante na mão e de forma tímida pergunta como se joga, ou vem com o volante preenchido de casa, mas sempre o segurando como se fosse dinheiro grosso, entre os dedos da mão um pouco erguida.

    Como o butim era de R$ 302 milhões, o sonho com um gasto de poucos reais poderia ser alcançado. E mais uma vez repito que é jogo de baixa renda porque entre os estados que tiveram maior número de premiados ficam no Norte e Nordeste, é só entrar no site da Caixa.

    Confiteor

    Nós da mídia temos o mau hábito de mostrar excessos reclamatórios sobre tudo e todos. Vejam o caso da posse de Jair Bolsonaro. Reclamaram que o discurso não incluiu uma medida que ele tomará em seguida, como se fosse obrigação do que assume o Poder enumerar prioridades quando um ato como esse pede mais uma declaração de princípios. Imagina só, há dezenas de prioridades – por assim dizer – e se cobrou de Bolsonaro uma ou duas, como a afirmar que o resto não tem pressa.

    Preso por ter cão…

    Se ele fizesse isso, cairiam de pau em cima – para variar – dizendo que deveria ter focado essa ou aquela urgência de gestão. Cada cabeça uma sentença, então um discurso de posse deveria ser mais longo que os de Leonel Brizola ou de Fidel Castro nos velhos tempos. Os 40 minutos que Dilma Rousseff despejou palavrório seria curta-metragem.

    …preso por não ter cão

    Somos incorrigíveis, com o agravante que boa parte da mídia impressa mal consegue fingir a antipatia que sente pelo capitão. Ou então, é uma estratégia de uma martelada no cravo e outro na ferradura. Funciona assim: você enche o cara de porrada verbal afirmando que ainda está em campanha e, para não passar recibo de que detesta o gajo, dá-lhe uma bela ensaboada cheirosa, mas que quase sempre é perfumaria.

    Os vociferantes

    O que Bolsonaro mostrou, mais uma vez, é que de trouxa ele não em nada. O lance de mulher dele falar – e em Libras – tirou do repertório crítico que ele é contra o “empoderamento feminino”, que é a favor do masculino antes do feminino etc. Cá entre nós e nosso barbeiro, foi uma bela sacada. Ninguém fez isso antes. Tirou munição de um bocado de vociferantes.

    A cabeça dos outros

    De qualquer forma, dificilmente nós conseguimos colocarmo-nos – de verdade – na cabeça, não só daquele enorme povaréu que foi a Brasília assistir à posse como também dos eleitores e até em parte de quem não votou nele. Imaginem o que o Zé Ninguém sente quando o presidente fala na família, em Deus e mostra isso através de palavras e gestos. Michele Bolsonaro dando dois beijos no marido, o que vocês acham que homens e mulheres acharam da cena?

    Assim com o homem

    IMG-20190101-WA0172A convite do Presidente Jair Bolsonaro, e do vice, General Mourão, o deputado estadual mais votado do RS, Luciano Zucco (PSL), participou de todas as etapas da solenidade de posse.

    Zucco deve aproveitar a proximidade para buscar apoio federal para implantar iniciativas nas áreas de segurança e educação, duas de suas principais plataformas para exercer seu mandato na Assembleia Legislativa.

    Foto: Divulgação

    Estreitando relações

    Ricardo Salles, Ana Pellini, Jose Truda Palazzo Jenior e Marcel van HattemO deputado federal eleito Marcel van Hattem (NOVO-RS), escolhido líder da bancada do NOVO, tentou ir à posse do maior número de ministros do novo governo  de olho em futuras parcerias Durante a posse de correligionário Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente, Marcel encontrou-se com Ana Pellini, então Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do RS e diretora-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) no período em que Marcel atuou como deputado estadual entre 2015 e 2018.

    Foto: Divulgação

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  • No meio do inverno, aprendi que existia em mim um invencível verão.

    • Albert Camus •

  • Fumo sem rolo

    Publicado por: • 3 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

    Com este calorão, agora sabemos como é estar na boca de um alto-forno de uma siderúrgica, dessas que o doutor Jorge opera. Aliás, nas primeiras vezes que o Narcóticos começou a incinerar quantidades colossais de maconha na Siderúrgica Gerdau, em Sapucaia do Sul (RS), nos anos 1970, e as imagens foram mostradas na TV, um magrinho estagiário da extinta Folha da Manhã fez um comentário relevante.

    – O Doutor Jorge é o único cara que queima fumo e não vai em cana. E nem mesmo precisou pagar por ele.

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