Os encolhedores de dinheiro

18 dez • NotasNenhum comentário em Os encolhedores de dinheiro

Em tempos passados nativos de Bornéu eram temidos porque gostavam de encolher cabeças de homem branco, reduzindo ao tamanho de um macaco pequeno. Passa-se o tempo e hoje assistimos o encolhimento dos sorvetes encapsulados. O que é o estudo.

Os encolhedores de comida

Não é só sorvete que encolhe. Nossos frangos de um quilo têm 900 gramas ou menos. Pacotes em geral quase nunca têm os gramas anunciados na embalagem. E por aí vai.

Sem falar nas porções nos restaurantes, que começaram a reduzir durante a pandemia e nos anos seguintes. Mas a maior perda é a qualidade.

O caso do sapato sem pé

A Brastemp não é mais uma Brastemp. Os eletrodomésticos apresentam falhas com pouco tempo de uso. Enquanto isso, nos serviços, o atendimento foi para as cucuias.

Para ilustrar, conto uma historinha que se passou comigo há um par de anos.  Na vitrine de loja de calçados no Centro de Porto Alegre, um sapato me agradou. Entrei e pedi.

O rapaz trouxe o par. Sentei-me numa banqueta e pedi uma calçadeira. O rapaz ficou perplexo. Não sabia o que era. Meu Deus!     

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– É aquela peça de plástico ou metal que, na extremidade, tem o formato de colher, que facilita a entrada do pé no calçado.   

O pouco cérebro dele começou a processar a informação. Em seguida, falou com certo ar de triunfo.     

– Não trabalhamos com calçadeiras!

https://cnabrasil.org.br/senar

O voo da pluma

Se tem um resumo bem resumido sobre a nossa condição de vida está neste trecho da música de Tom Jobim.     

Felicidade é como a pluma     
Que o vento vai levando pelo ar      
Voa tão leve, mas tem a vida breve     
Precisa que haja vento sem parar     
 

O pum nosso de cada dia

Você leu direito, é pum mesmo. Ao inaugurar um conjunto residencial em Itaquera, zona leste de São Paulo no sábado, o presidente Lula exaltou a varanda, que nós chamamos de sacada. Disse que o pobre tinha que ter um lugar em casa para soltar um pum sem incomodar a mulher e as crianças.
Enfim a função social da varanda. 

Desejo e realidade

Não sei em que medida a pesquisa mais recente do Instituto Paraná, que dá 55% ao governo Lula abrange a realidade, porque, segundo outros institutos, ele vinha caindo. Mas, considerando-se os bolsa-família da vida mais o fato de 60% da população brasileira ganhar 200 dólares por mês, pode até ser.

Provisoriamente

É visível a olho nu que a economia está desacelerando, que a classe média é cada vez menor e ganha mal enquanto o custo de vida vai aumentando. E a gôndola não mente.

Quanto tempo esse residual de aprovação vai durar, não se sabe. O que se sabe é que o governo está muito preocupado com esse fator.

A própria presidente do PT, Deputada Gleusi Hoffmann, passou esse recibo há poucos dias. Em 2024, o pau pode comer.

Esse encolhimento da classe média é engraçado. No governo Dilma Rousseff o IBGE resolveu definir classe média alta quem ganhasse R$ 3 mil reais por mês. Deitem-se no chão e rolem de tanto rir. 

Entre os que detestam Lula e o PT há um fator que resumo na frase “Não confunda desejo com realidade”. Nada indica que Lula tenha doença grave e nem que ele esteja bebendo pesado.

Tem os melhores médicos remédios e hotéis à disposição. Então Geraldo Alckmin não vai assumir a não ser que um certo senhor chamado Imponderável dê as caras.

Um vá ilusão, mais uma, é acreditar que o povão constituído em torno de  70% de analfabetos funcionais (dados oficiais) saiba o que seja déficit fiscal e outras expressões macroeconômicas nas manchetes dos jornais.

Advocacia

Em mais uma vitória para a advocacia, foi sancionada a lei que confere exclusivamente à OAB a competência de discutir infração ética da advocacia. A lei decorre do Projeto 4.727/2020, que propôs extinguir a possibilidade de o Judiciário aplicar multa a advogados que abandonassem o processo penal. Saiba mais.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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