O umbigo do Brasil
Se o nosso conhecido ET passasse algum tempo olhando os jornais nas últimas décadas chegaria à conclusão que o funcionalismo público é, disparado, o maior contingente de trabalho de um estado ou país. Uma vírgula de mudança vira notícia. Ninguém fala sobre comerciários, metalúrgicos, operários da construção civil, entre outras profissões.
A sopa de acordar defunto
Até deve ter por aí, mas cadê a sopa de cebola no capricho que fazia a alegria das papilas gustativas até os anos 1980 em Porto Alegre? A última casa que fazia bem feita foi a Tia Dulce, na avenida Independência. Mas ela não existe mais, nem a casa nem a tia.
A Tia ficava aberta até o final da madrugada. Abrigava o povo que saía das boates como o Butikim, o Rui Sommer, Wisky a GoGo, do Tui Dala Piccola, Locomotive, do Éldio Macedo, e a Vila Velha, do Carlos Heitor Azevedo. O forte era a sopa de cebola.
Nos fundos da construção, separada do prédio, ficava uma casa de tango, com música ao vivo a cargo de Rubem Val. Certa vez, pedi para ele cantar um tango em que a música não terminasse com o clássico “tchan-tchan”, o ponto final.
Ele ficou brabo comigo. Mas não achou um.