O tempo é relativo

1 set • NotasNenhum comentário em O tempo é relativo

Acho que depois dos filósofos gregos, quem matou a charada foi a escritora britânica Mary Shelley (1797-1851), criadora do Frankenstein no seu eterno livro que vende até hoje. Primeiro, que ela buliu com o sentimento da imortalidade, latente em todos os nós, que explica o fascínio pelas múmias e faraós. 

Mulher com mente privilegiada, resumiu em uma simples frase o destino da Humanidade: estamos ligados por vínculos tênues à prosperidade ou à ruína. Na mosca.

A evolução humana nunca deixou de ter seu lado destrutivo. E seu destino final nunca foi tão preocupante.

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O que eu lamento é a perda de interesse em conhecer nosso passado e seus personagens mais marcantes. Ainda mais que está a poucos dígitos do teclado.

O que lamento mais é o perverso sistema de educação no Brasil, que privilegia o aprender para passar e não para conhecer. Já escrevi que, depois dos gregos antigos, o antigo testamento- não por acaso é praticamente igual à Torá dos judeus –  Shakespeare, a maioria e repetição.

Porém, e sempre tem um, já fui mais fã desse triunvirato. Há muita pepita de ouro entre o cascalho.

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Os felizardos

Tenho por mim que o sujeito que tem mais certezas que dúvidas será um eterno ignorante. Não sabe o que se passa nem sabe ou se pergunta para onde irá.

De certa forma, é um sujeito feliz. Como os animais, não fica se perguntando de onde viemos e para onde vamos. Eis outro mistério: por que temos consciência?

Um instante, maestro

Enfim, somos um GPS que vive recalculando. Mas pelo menos pensamos, o que parece hoje algo inútil. Daí o espanto com as imagens das galáxias nos telescópios que levaram 8,3 bilhões de anos para chegar. O inevitável acontece, a ideia de quanto somos minúsculos e nascidos de um acidente químico que começou com o carbono e água.

Bem, deixem os gnus humanos seguirem sua rotina de se acharem os reis do Universo. As perguntas de onde viemos, se estamos sozinhos no Cosmos, não foram resolvidas.

Pegue de novo os 8,3 bilhões de anos e compare com a idade da Terra e quantos míseros anos levamos desde as cavernas até o smarphone. Nada. Titica de tempo.

Uma antiga piadinha remete a essa constatação. Alguém perguntou a Deus quanto era 100 milhões de reais para ele.     

– Um centavo.     

– E mil anos?     

– Um segundo.   

 – Então me dê um centavo.   

 – Espera um segundo. 

Erro

Se o Johannes Gutenberg soubesse, lá no século XV, que, dois mil anos depois, uma engenhoca chamada IA-GPT seria capaz de escrever um livro (mal escrito) com apenas uma sugestão de texto, teria desistido de inventar a imprensa. Como Santos Dumont, que entrou em profunda depressão ao saber que o avião, sua invenção, era usado para matar na I Guerra Mundial. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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