O namoro nos antigamentes

9 jun • A Vida como ela foiNenhum comentário em O namoro nos antigamentes

Na cidade grande, era diferente que nas cidades do interior. Os namoros, geralmente, começavam nos bailes e reuniões dançantes dos clubes sociais. Então, quem não fosse sócio de um estava meio caminho perdido.

A troca de olhares era sucedida por danças de rosto colado, depois de cola atada e, finalmente, francamente libidinoso aproveitando o lusco-fusco da pista de dança. Nos bailes, a presença dos pais da garota inibia maiores intimidades.

Também podiam ter origem em grupos de amigos-amigas, para depois evoluir para o namoro clássico de visitar a namorada em casa. Começando aos sábados e, depois, também nas quartas-feiras.

A barreira de resistência era quebrada quando os sogros convidavam o pretendente para almoçar aos domingos. Começava a parte dois do namoro, que podia evoluir ou não para o casamento. Intimidades maiores só nos cantinhos escondidos da casa ou no trajeto do clube para casa.

Já no interior dos interiores, especialmente nas colônias alemãs, a logística era bem mais complicada. A troca de olhares se dava na saída da missa aos domingos e, depois, nos bailes de kerb.

Então se pedia licença ao pai da menina para visitar aos domingos. Primeiro só de dia, depois espichava para a noite. Neste estágio, geralmente, aparecia a figura da irmã mais velha ou tia solteirona, que os pais escolhiam para fazer o policiamento ostensivo.

Era a etapa de namoro na cozinha, já no pré-noivado. Iluminação quase zero, apenas a portinhola do fogão a lenha. E a tia fresteando o casal. Eram tempos duros, inclusive literalmente. Depois de noivado, o casório.

Hoje todas essas etapas desapareceram. Só que em vez de contato físico é o virtual via celular e whats. É vapt-vupt. Assim como o fim do namoro se dá por um clique, significando “te larguei”.   

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Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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