O Ministério da Dúvida

27 jan • NotasNenhum comentário em O Ministério da Dúvida

O autodenominado filósofo Olavo de Carvalho morreu de Covid, disseram jornais e agências de notícias. Seu médico disse que foi outra doença. Quem dos repetidores falou com ele ou com a família, falar no sentido de pelo menos telefonar? Nenhum. Qual a verdade? Não sabemos.

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O Barão sabia das coisas

Formulador da separação e independência dos três poderes, o Barão de Montesquieu escreveu em 1721, Cartas Persas, obra fascinante até hoje. A folhas tantas, ele afirma que, se um júri condena ou absolve alguém com uma só voz divergente nele, Montesquieu, tende a acreditar que essa voz solitária tem razão. Tem que ser entendido como conceito, não verdade absoluta.

A burrice como meta

O mundo deu muitas voltinhas desde então, mas o velho e bom barão foi O Cara. Portanto, prestem atenção no que diz o  Joãozinho do Passo Certo. Interessante como certos conceitos se transmutam em outros, mas dizendo a mesma coisa. Ligue Montesquieu ao nosso Nelson Rodrigues e sua máxima “toda a unanimidade é burra”. Que coisa, não?

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Com William Shakespeare se dá a mesma coisa. Fenomenal leitor da alma humana, situações e textos ganham nova roupagem vernacular para dizer a mesma coisa.

Filósofos de maresia

No tempo presente, cá no Sul, algum filósofo de maresia inventou de mudar a consagrada definição salva-vidas para guarda-vidas. Grande bosta.  Se alguém perguntar aos entusiastas da nova definição qual a diferença entre uma e outra, levará um tempão para justificar a mudança. Mais ou menos o tempo que um salva ou guarda-vidas leva para tirar da água alguém que está se afogando.

Exercício de amnésia

Todo presidente, governador ou prefeito muda o nome das pastas assim que assume. Geralmente, adiciona termos pomposos em tal quantidade que, duas ou três palavras depois, já se esquece a primeira.

Assim como no Carnaval, o poder público vive de fantasias.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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