Recorrida no campo
É como se chama o ato de a peonada dar uma geral para contar o rebanho ou trazer o gado para outras pastagens. Faço a mesma coisa para contar causos e estripulias brasilianas. Para começar, não vejo como anormal a seleção suíça de vôlei ganhar da nossa. Nem praia eles têm, mas têm indoor, certo?
A maresia suíça
Vou arriscar o motivo. A nossa treina em locais cheios de tietes com marmanjos e marmajas tirando a atenção. Depois vão para o mar se esfregar nos peixes. Ou ostras. As suíças vão para o gelo de fora. Se for verão, treinam – de novo – ao ar livre no capim. Ou caixote de areia.
Cuba dourada
A medalha da ilha do Caribe estava atrás do Brasil em número de latinhas. Estava. Conseguiu quatro ouros em dois dias considerando o fuso horário. Quando Fidel mandava, não faltavam nem grana nem medalhas para atletas, bijuja que vinha da mesada da falecida União Soviética. Hoje se viram nos 30.
Ninguém torce tanto para a volta dos dólares dos turistas quanto Cuba. É o que mantém o caixa abastecido e o povo agradecido. Mais a gente não sabe. O governo tem a chave da internet. O futuro? O futuro a Deus pertence, como dizia o ministro Sepúlveda Pertence.
Enquanto isso, em Lindorama…
…está sendo difícil de entender por que tanto canhoneio das altas cortes, do Congresso e dos partidos, em cima do voto auditável. Ok, tem o custo. Mas suas excelências nunca deram muita bola para as burras da União. Aí teria?
Ferro frio
Agora que terminou o recesso da Justiça e as férias dos Legislativos, será curioso ver se a CPI continuará a ser o foco da atenção da mídia ou os senadores vão ter que tornar o ferro novamente em brasa. A não ser que surja um fato novo, vai ser como o Bolero de Ravel, sempre a mesma frase musical.
Brasa
Se bem que o capitão é incansável em puxar brasa para o assado dos outros. No passado, quando algum político alimentava a fornalha dos adversários, nos perguntávamos se era de improviso ou pensado. Hoje, não há dúvida. Caminhamos para algum tipo de batalha final.
Torçamos para que seja uma Batalha de Itararé, a que não houve. Porque a economia está mais inquieta do que gado antes do temporal.
A variante variável
A tal de Delta está atacando feio em alguns países asiáticos. Aqui, não ficou grandinha. Provisoriamente, dizem os caras de jaleco. Nesse sopão se diz que ela ataca mais em populações que não querem ou não podem se vacinar. O problema é que tem muita gente atravessando o samba.
Quando setembro vier
Saberemos se a ameaça da Delta se tornou real. Já teremos em torno de 70% do povo vacinado. Então descobriremos se as vacinas também nos protegem do primo-irmão do vírus.
Asimov dixit
Um dos três mestres da ficção científica, grande Isaac Asimov já cantava a pedra em 1980. O anti-intelectualismo, escreveu, levou a absurdos sintetizados numa frase, “a minha ignorância é melhor do que o seu conhecimento”.
De lá para cá só mudou uma coisa. Entrou o orgulho de ser ignorante.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
