A quietude do Capitão
Com o presidente Jair Bolsonaro relativamente quieto no seu quadrado, a mídia ficou meio sem assunto. Devem estar resmungando “pô, cara, qual é a tua?”. Então chegamos a um tempo em que sobra espaço (e páginas) e faltam anúncios/comerciais e assuntos. Não que não existam, mas a magreza das redações impede voos como antes no quartel dos Abrantes.
Se Bolsonaro tiver uma recaída, os bravos rapazes da imprensa terão o mesmo comportamento que vampiro enterrado ao receber banho de sangue.
Estranho
Estranhei muito a ausência de comentários e matérias sobre a demissão do jornalista gaúcho Alexandre Garcia. Foi um ato claro de censura. Mas entendo. Não se começa briga em ninho de cobras. Ainda mais cobras corporativas.
Toque de silêncio
Também não vi nenhuma entidade de jornalistas – sejam sindicatos ou associações – divulgarem nota de protesto. Parece que a bronca foi com um marciano. Se Garcia fosse da tchurma, fariam mais alarido que papagaio em reunião de condomínio. Claro que não faltaria a expressão “golpe na democracia” acompanhado de “a censura voltou”.
Quando é com os estranhos no ninho, a democracia é mais elástica.
Historieta
Que jornalistas gaúchos ganham mal é sabido desde o tempo de Moisés, o primeiro assessor de imprensa da história. Gaúcho de Porto Alegre pensou em ir para São Paulo. Conseguiu um bom contato com rede de TV. Pensou em pedir R$ 70 mil mensais, mas achou que o cara ia amarelar. Pediu 50. A história ainda não teve desfecho, questões familiares, pessoais, mudar para Sumpaulo e coisa e tal. Mas o cara do outro lado falou em R$ 120 mil. Isso está acertado.
Tem muito gaúcho que acha salário de R$ 120 mil lenda urbana.
A paisagem
Quando o Ministério da Saúde mandou os fabricantes de cigarros colocarem aquelas fotos de impacto, mostrando fotos de pulmões destruídos e gente nas últimas, todo mundo pensou que uma fatia razoável iria parar de fumar. O problema é que, depois de algum tempo, essas fotos horrorosas fazem parte da paisagem.
Se colocassem essas fotos de tempos em tempos o impacto seria muito maior.
O caso do motorista bebum
É a mesma coisa com álcool e direção. Aos poucos se instalou um hábito de não misturar as duas coisas – mais pelo temor das multas e apreensão da CNH do que por espirito cívico. Mesmo quem já se acidentou ou viu aqueles vídeos horríveis ou carros despedaçados. Ainda com manchas de sangue estacionados em esquinas movimentadas.
Cagaço não faz ninguém parar de beber, salvo exceções.
O mês da fertilidade
Tenho notado o aumento do número dos aniversariantes registrados no Facebook neste setembro, especialmente de alguns dias para cá. Fazendo a contagem retroativa, os nove meses de gestação começaram no período do Natal. Sabem como é, festa, férias, depois virada do ano, essas coisas sexualmente potencializadas. A cama é uma festa.