O milagre dia peixes na avenida
Que tal a avenida São Pedro de Porto Alegre ficar coalhada de peixes, mesmo no trecho perto da Benjamin Constanst? Pois foi o que presenciei certa noite de 1968, quando era repórter da Zero Hora.
Alguém ligou para a redação para dizer que a avenida estava alagada de tal forma que até peixes nadavam nela. Baita furo. Fui lá e era verdade.
Moradores pegavam baldes deles, crentes que eram comestíveis. Certo, mas de onde eles vieram, se não havia enchente e nem mesmo havia chovido?
Minutos depois fiquei sabendo o motivo da enchente de peixes. Por baixo do leito, passava a tubulação do DMAE que levava água do Guaíba para a estação de tratamento. Esta havia estourado, e deu no que deu.
A grade de proteção deixava passar os pequenos peixes, da espécie minduin ou manduin. Para azar dos “pescadores de balde” não era comestível, nem para escabeche, ensopado.