O futuro sem futuro
Entre 2012 e 2022 o percentual de idosos passou de 7,72% para 10,49% da população brasileira. O que, em termos absolutos, significa aumento de 15,2 milhões para 22,4 milhões.
Acompanhando este movimento, a composição etária da pobreza no Brasil vem se modificando. Se, em 2012, 2,9% da população em situação de pobreza era composta por idosos, em 2022 esse percentual sobe para 4,2%. Em termos absolutos, é um aumento de 2 milhões para 2,8 milhões de idosos vivendo abaixo da linha de pobreza.
No que se refere à população extremamente pobre, o percentual de idosos subiu de 1,4% para 3,1%. O que representa um aumento absoluto de 216 mil idosos em situação de extrema pobreza em uma década.
As informações constam no relatório Incidência de Pobreza entre os Idosos: 2012-2022, produzido por pesquisadores do PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho (pucrs.br/datasocial).
Meu querido diário
Se eu fosse escrever um diário, no primeiro parágrafo, eu colocaria que este mundo e meu país decididamente não são monótonos. Como diriam as mulheres da corte dos Luízes, aí meus sais! Preciso deles para me reanimar, começando com uma boa boa fungada de amoníaco.
E, não, nunca cheirei aquilo que vocês estão pensando. Então, meu querido diário, tire suas próprias conclusões.
Veja as imagens da cúpula do G20 na Índia. Um conjunto de laranjas e bananas que nunca poderão ser somadas.
Vejo o presidente Joe Biden com um sorriso plastificado seguro por dois gambitos trêmulos. Deu a ideia de que ele pensa que foi a uma reunião de condomínio em Nova Iorque com uma miscelânea de imigrantes asiáticos, espanhóis, africanos, afegãos e iraquianos.
Nos telejornais europeus e americanos de sábado, o nosso perclaro presidente só apareceu como figurante. Ele e dona Janja, o casal 20 de explicações da ausência de sobrevoo na catástrofe gaúcha.
Ele discursou citando o drama para reparar a mancada, como se os membros do clube soubessem onde ficamos. A culpa é dos países ricos, falou. Sempre são os outros.
O ouro vai para a primeira-dama, que postou no Twitter que dançaria na Índia. O “delete” mais rápido do oeste o apagou. Mas aí Inês já era morta.
Para tentar remendar, postou que não se deve confundir alegria com empatia (com os flagelados, suponho). Tanto quanto o primeiro-marido, ela deveria saber que explicação se dá para Delegado de Polícia ou porteiro de boate.
Meu querido diário, estou com a estranha sensação que o doutor Honório Causa calçou os sapatos de salto alto, talvez os de dona Janja. Por sua vez vez, a natureza não deu a ela lhe o dom do simancol.
Mas não há de ser nada. Eles têm mais de três anos para aprender.