O enterro do anão

23 fev • A Vida como ela foiNenhum comentário em O enterro do anão

Político de longeva carreira – atualmente aposentado – contou que, entre os inúmeros causos pitorescos, um se destaca. Envolve o enterro numa comunidade distante, ligada por estrada de terra ao perímetro urbano.

O evento? O enterro de um anão – pessoa verticalmente prejudicada, no politicamente correto –  bastante conhecido na localidade.

Apesar da agenda apertada, nosso amigo precisava se fazer presente e lá se foi. Chovia a cântaros no meio da tarde, quando o velório se encaminhava para o fim e iriam iniciar o cortejo até o cemitério.

As homenagens ao anão começaram cedo. Àquela altura do campeonato, boa parte dos presentes já havia espantado o frio com goles de pinga escamoteados na cozinha da capela mortuária.

Fechado o caixão, seis amigos se prontificaram a carregar o finado. Já na metade do caminho para o cemitério instalou-se o pânico:

– O anão tá vivo, ele se mexeu! – berrou um borracho para instalar o pânico na multidão que se dispersou.

A calma só se restabeleceu quando um vereador com chapéu de palha, paletó surrado e óbvios sinais de embriaguez bradou:

– Calma pessoal! O anão tá mortinho, eu mesmo conferi. O problema é que vocês compraram um caixão normal, e o falecido é pequenino e fica sacudindo pra lá… e pra cá!

Também tem o causo do cachorro no enterro da sogra do dono. Mas essa já é outra história.

https://www.brde.com.br/

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »