O buraco da informação
Até a pandemia, os jornais da capital gaúcha mantinham um registro razoável dos acontecimentos do interior do estado e outras praças. Razoável para os anos 2010. Péssima se comparado com décadas até 1980.
Justificava-se a cobertura do interior porque era grande o número de porto-alegrenses com raízes em outras cidades e, evidentemente, a notícia não mora só em Porto Alegre.
Ocorre que o sumiço da publicidade forçou o corte brutal de custos e de profissionais, cortes que afetam a qualidade da informação. É pífia a pesca de notícias do interior, salvo acidentes de proporção. De vez em quando, algum ectoplasma trazido pelo vento fala nele.
Resulta que, hoje, ler nossos jornais, é um exercício de frustração. E há erros geográficos incríveis, tipo colocar Santa Rosa na Fronteira Oeste e o bairro Azenha de Porto Alegre como “área central”. Perdeu-se a embocadura e, pior, repórteres com baixo estoque de palavras e conhecimento geral.
Os eternos culpados
Desde os anos 1980, os deslizamentos de terra se sucedem no Litoral de São Paulo. Sabemos que eles acontecem porque se proliferam construções em aclives, outrora cobertos por vegetação nativa. Desde os anos 1980 se fala que as prefeituras deixam de fiscalizar essas áreas e sempre dá no que deu agora. Desde os anos 1980.
Aqui
Enquanto chove pra caramba lá pra cima, chove pouco cá embaixo. E bota pouco nisso. Até a produção de queijo colonial foi afetada no RS. Sem chuva, o pasto seca, e as vacas não têm o que comer para dar o leitinho das crianças e o leite para produtos lácteos.
Enquanto isso, em Itapu…
Depois de quase sete anos, a usina hidrelétrica de Itaipu, na região de Foz do Iguaçu (PR), voltou neste domingo (19) a abrir duas calhas do vertedouro, ao mesmo tempo.
A última abertura simultânea para o escoamento do excedente de água que chega ao reservatório havia sido em março de 2016. O vertedouro da usina binacional escoou 10 milhões e 450 mil de litros de água por segundo.