Choro por ti, Argentina

14 nov • NotasNenhum comentário em Choro por ti, Argentina

– Son las siete en punto en Argentina, mi país.

Assim os locutores das rádios argentinas davam a hora certa, em décadas mais felizes e orgulhosos da sua terra. Ouvi pela primeira vez na década de 1970 quando estava em Alegrete.

A potência das emissoras hermanas sufocava as nossas, heranças tempos em que se temia uma guerra com eles. Buenos Aires era especial, com a Calle Florida, seus restaurantes e casas de tango. Até um simples cafezinho nos inúmeros cafés era cercado por uma aura de admiração por aquele povo.

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Tudo isso foi a pique com os sucessivos governos demagógicos, corruptos  e incompetentes de esquerda, principalmente os do casal Kirchner. Hoje, eles estão entre a cruz e a cadeirinha. A fama da sua carne levou quase cem anos para ser construída. É de chorar.

Outro dia conversei com um pecuarista gaúcho com 90 anos, que teve negócios com colegas argentinas em outros tempos. Ao visitá-los recentemente, contou que eles estavam cabisbaixos,sem brilho nos olhos como antes.

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Até os anos 1980, os restaurantes das capitais europeias mostravam o logotipo imenso com aspa de touro funcionando como aspas para a inscrição Churrasco Argentino, com cortes de bois criados a campo de sabor especial de primeira, em especial o baby beef, campo como solo fertil de que dava trigo de qualidade que o Brasil não oferece. Todo se fué cuesta abajo, incluindo o orgulho de ser argentino.

O debacle teve início quando começaram  a cobrar imposto de exportação,  aliado a outras cargas para quem produzia. Só sobreviveu o tango, sempre admirado em todo mundo. O compositor Aníbal Troilo definiu o tango como ninguém conseguiu, “um sentimento triste que se baila”.

Hoje, a Argentina é um país triste.

Erros da Criação

A girafa

Este animal de longínquo pescoço foi bem desenvolvido pela engenharia do paraíso. Mas infelizmente esqueceram de deixar o pescoço imobilizado, e isso por uma boa razão: a girafa foi pensada como torre de controle para pássaros, concebidos como drones para fiscalizar o paraíso, quando pousavam para se reabastecer de comida uma árvore ou para construir ninhos.

Tanto que ela tem dois corninhos na testa, que deveriam ser antenas de radar para controle do circuito de tráfego. Daí a sua altura.

Tudo indica que o almoxarifado celestial estava em falta dessa estrutura de imobilização, então deram-lhe vida sem ela. Então ela começou a comer as folhas das copas das árvores.

Além disso, ficou livre para dar cabeçada nas outras girafas na luta para ser a girafa-alfa. Um horror, em resumo. Para piorar, as longas pernas facilitam sua fuga da vocação original.

Todas as girafas ficaram felizes com a mudança na sua, embora sentissem dores terríveis quando nasciam. Cair daquela altura reto para o chão não é exatamente agradável.

Quando as girafinhas levavam aquela porrada ao aterrissar diziam “ninguém merece…”. Foi assim que nasceu essa expressão.

Sobre especialistas

O governador Eduardo Leite deu uma passada planejada na Feira da Agricultura Familiar no final da tarde de sexta. Como sempre, foi muito solicitado para selfies, especialmente com mulheres. Uma delas, uma senhora na faixa dos 40 anos, levou um breve papo com ele.

Vendo que o marido olhava a cena, Leite perguntou a ela quanto tempo estavam juntos e o que mais gostou na Feira. Ela elogiou uma queijaria de Estância Velha.

Trata-se de um especialista em deixar as pessoas a vontade.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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