O castigo do Ratinho
Estava eu com meus 11 a 12 anos, no Ginásio São João Batista de Montenegro, cheio de coragem insana para despejar no alvo mais próximo, que era o Irmão (marista) Afonso, a quem apelidamos de Irmão Ratinho. Pois o brother Alfons estava dando uma aula de Religião, obrigatória em colégios católicos, e falava dos diversos pecados mortais.
A certa altura mostrou de relancina uma imagem de mulher de maiô e apontou para a altura do Paraná – se fosse o mapa do Brasil. Espetou o dedo nela e falou com voz tonitruante.
– Vejam o chamariz repelente da carne!
Sem pestanejar, levantei o dedo pedindo licença para falar.
– Diga.
– Irmão Ra…Afonso, o senhor precisa decidir. Ou é chamariz ou é repelente, são coisas excludentes.
O Irmão Ratinho me fitou por um longo tempo. Depois me pegou pela orelha e me colocou de joelhos atr´ás do quadro negro. Lá fiquei toda a manhã, umas boas quatro horas.
Eu e minha boca grande.