O tempora o mores

31 maio • NotasNenhum comentário em O tempora o mores

Oh tempos, oh costumes, como diz o ditado do Lácio. Em termos de mobilidade urbana, conseguimos aliar o máximo de velocidade com extremo arrojo desafiando a gravidade e os pedestres. Uma espécie de tourada em que o pedestre é o toureiro que precisa ser um ás do drible.

Falo das bikes, tanto dos aplicativos quanto as de particulares que trafegam na contramão mesmo em via de uma mão. Não estão nem aí para a forte possibilidade de atropelar alguém ou se matarem na tentativa.

https://cnabrasil.org.br/senar

Certa vez, perguntei para os tripulantes da Guarda Municipal se era com eles, disseram que era da Brigada que, por sua vez, depositou o abacaxi na EPTC, que não tuge nem muge. Ou seja, estamos órfãos.

Nem nos meus mais loucos pesadelos da juventude meu inconsciente se atreveu a fantasiar tamanho disparate. Então só me resta definir esses caras e suas malvadas bicicletas voadoras como cretinos na décima potência.

Aqueles que não têm nome

A julgar pelo que se lê ou se ouve nos meios de comunicação, a maior profissão em número é a de especialista. Qualquer assunto que se aborda, lá vem o autor do texto dizer que “segundo os especialistas…”.

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Muito bem, em qual faculdade existe esse curso de especialista? Precisa pós- graduação, mestrado, algo do tipo? E porque, apesar da sua fama, eles nao gostam de dizer seu nome?

Desconfio que, a exemplo de outras profissões liberais, especialistas têm um código de conduta, assim como médicos têm o Juramento de Hipócrates –  um nome perigoso de se usar aliás. Ou como algumas ordens religiosas que são obrigados aos votos de castidade ou  pobreza, especialistas têm que fazer voto de anonimato, de repente é por aí.

Outra categoria que não ousa dizer seu nome é o Popular, que parecem agir em bando. A toda hora, lemos que “segundo populares…”. Igualmente as testemunhas costumam não ter nome próprio, como em “Segundo testemunhas…”.

Interessante essa tendência captada pela imprensa. Em tempos em que todos querem ter 15 minutos de fama, especialistas, populares e testemunhas fazem esforço para fugir da vitrine.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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